_Eu só queria entender o que é que você realmente sente por mim.
_Olhe... - Eu tomo as mãos dela. - Mesmo eu não entendo como isso é bem possível. Afinal, dizem que não é possível amar duas pessoas ao mesmo tempo. Mas se for para descrever o que eu sinto por você, eu teria de dizer que eu te amo!
Estávamos na saída do salão do prédio. Já passamos outras noites memoráveis ali, mas aquela em peculiar, já estava me ferindo por dentro. Nos despedimos. Ela entrou no prédio, eu sai pelo portão e tomei longa caminhada até minha casa. Nunca mais nos vimos.
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Nunca me esqueci do toque de seus seios, fartos. |
É exatamente isso que vocês estão pensando. Ela era a outra, a amante, (para não resumir dizendo que era quem eu de fato amava). É algo sobre o que eu tenho refletido ultimamente. Meus melhores relacionamentos, aqueles que me dão mais gosto de memorar, foram meus amores bandidos. Já tive amantes (plural mesmo, fodam-se os tabus). Já fui amante outras vezes também. E devo dizer que esses romances que vivi - alguns curtos, outros longos, outros mais longos ainda! - foram mais satisfatórios do que qualquer outro compromisso que eu já tenha firmado. Melhores até do que os casos casuais. Pois, vocês sabem, tudo o que é casual, tapa buraco, mas não sustenta. Mata a vontade, mas não mata a fome!
Só o fato da titular ser chamada de namorada, e a não-oficial ser chamada de amante, já me permite entender por que essas aventuras me serviram com muito mais sabor do que meus namoros. Amante, é aquela pessoa a quem de fato amamos (e tão simplesmente amamos). Se seu namorado, ou namorada, for seu amante, maravilha! Mas se houver outro a quem chame de amante, não há dúvidas sobre onde o seu coração realmente está. (ainda que eu não duvide, que ele possa estar em muitos lugares ao mesmo tempo!)
Ela é bonita, inteligente, afetuosa, feminina, engraçada e tem um papo super cabeça. É, talvez, uma das poucas (se não a única) das garotas que me entendem, que não me julgam, e que gostavam de mim por muito mais do que a minha aparência. Uma afinidade física acentuada por uma afinidade mental. Meio gordinha, numa proporção ideal! (creio que foi o próprio Pitágoras, o filósofo, que esculpiu seu corpo na proporção divinatória). Seu único defeito foi ter me conhecido na época errada.
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Mais ardor! Menos romantismo! |
Tempo maldito! Descompassado! Nos obriga a conhecer pessoas fantásticas, quando já estamos (como é que se diz mesmo?) comprometidos. Ou seria melhor apontar, corrompidos por um lamurioso relacionamento. Essa tortura chamada namoro é sem dúvida uma invenção moderna que visou atender a exigência dos romancistas burgueses (é tudo culpa da burguesia, sempre!). Verdade! Na época do casamento arranjado, não fazia sentido namorar. No máximo, o casal tinha a chance de se conhecer e conversar algumas vezes antes de casar. Mas com o tempo, foi surgindo uma sessão intermediária entre o sexo liberal e o casamento. O namoro.
Ah! Eu não estou afim de escrever outra daqueeeelas prosas. Me dá um sossego, vai? Essa semana eu quero relaxar. Quero desabafar algumas histórias bizarras - e outras malditas também. Eu também mereço um descanso às vezes. Se você quer mais textos intelectualizados, eu sugiro que volte aqui outra hora!
...
De vez em quando eu ainda me pego pensando nela - e em outras também. Hoje, tenho certeza que ela me odeia. Ela tem o direito. Quem é que diz "eu te amo" em uma noite e some no dia seguinte? Por mais que o final tenha sido trágico, só guardo boas lembranças, só vivo o que realmente vale a pena.
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