"É preciso a coragem de ser um caos para gerar uma estrela dançarina." - F. Nietzche.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Kabbalah Internáutica

Imagine uma heresia. Imagine uma heresia pior ainda. Esse texto, é a pior das heresias que eu poderia escrever. Ele tem propósitos estritamente humorísticos e zueiros. Se você não tem familiaridade com os conceitos aqui apresentados, você provavelmente vai boiar, ou vai apreciar uma viagem sem pé ou cabeça. É o passa-tempo dos Magos Caóticos, criar sistemas baseados em outros sistemas mágicos, só pela razão da zueira. Também serve como um bom exercício, mas para tanto, eu deixo que vocês julguem a minha obra. Introduzo, pois, a:

KABBALAH INTERNÁUTICA


Já pararam para perceber como a internet parece ter se desenvolvido de modo a compor uma realidade paralela à nossa? É com esse pensamento na cabeça que eu pensei que seria possível criar toda uma teologia e, até mesmo, uma Kabbalah especificamente apropriada para lidar com o universo online.
Desenho feito inteiramente no GeoGebra e no Paint. Sim, heresia!

Matrix ou Source (Matriz ou Fonte): É o conceito primordial. É a rede na sua dimensão mais transcendental. Sem ela, a internet não existiria. E de forma ambivalente, ela não existiria sem a internet. Você conhece esse conceito como 'www' (World Wide Web).

Codex (Código): É o componente da linguagem de programação. Muito presente e necessário para estruturar o mundo internáutico. Todo sistema informático precisa da sua linguagem por meio do qual os comandos são abstraídos e aplicados.

Criptex (Criptografia): Se em Codex, o código necessário para se estruturar a internet foi gerado, com Criptex, ele encontra um caminho seguro para se disseminar. Toda a informação transita na rede (Matrix) em segurança por conta da codificação.

Server (Servidor): A rede é extensa, sim. Mas para que os sites e os serviços possam estar disponíveis 100% do tempo (ou, pelo menos, na maior parte do tempo), são necessários servidores, ou seja, provedores de internet para manter esse sites no ar, acessíveis.

Firewall (Barreira de Fogo): Como nem tudo são flores, muitos são os sites que estão na rede, mas muitos deles representam enorme risco para os usuários e seus terminais. Se em Server é dada a oportunidade para que os sites e os usuários usufruam da graça da rede (Matrix), é em Firewall que eles são podados e avaliados de acordo com seu grau de periculosidade. Se necessário, Firewall barra o acesso a determinados sites, e também protege os terminais de certas invasões.

Internet: É aqui onde tudo se consolida. Não haveria sentido a criação de uma estrutura tão elaborada e complexa como a demonstrada nas esferas superiores à essa, se não fosse pelo advento da própria Internet. A diferença entre o que chamo aqui de "internet", e o conceito de rede em Matrix, é que aqui ela ganha vida, personalidade. A Matrix é tão ideal que chega a ser quase imaterial. A Internet é imbuída de personalidade, subjetividade e uma identificação com seu usuário.

Amusing (Divertimento): Se a internet só existisse para ser acessada e contemplada, qual seria a graça? Amusing representa o aspecto celebrativo e divertido da Internet. Ou seja, ela representa os vídeos de gatinho, os sites de humor, os memes e toda a "cultura internáutica", com todo seu linguajar que só parece funcionar apropriadamente dentro da mesma.

Um exemplo da complexidade de WWW ou Matrix
Instruct (Instrução): Esse é o aspecto educador, elucidante e informativo da internet. Útil para pesquisas e trocas de saber. Também é, algumas vezes, contaminadas com o fator humano da soberba e da necessidade de se fazer superior ao outro. Mas no geral, é expressa de forma livre e quase despretensiosa .(pelo menos assim, é preferível enxergar-la assim. Não vou tratar aqui do aspecto essencialmente negativo da internet, pois essa daria OUTRA "árvore", vocês sabem de qual estou falando)

Interface: É essa que você encara, agora. A imagem, a forma como a internet se fantasia para se apresentar a você. Páginas ordenadas, letras, números, tabelas. É a esfera do "design de web". Sim, o mundo virtual é muito diferente do modo como ele é apresentado no seu monitor. Interface é como um Manto de Maia da internet, pois ele permite que você observe as informações quase intragavelmente desordenadas da Internet de forma ordenada e estética.

Terminal: É o seu próprio computador. O componente mais físico da história toda. É o hardware. É também, em parte, a forma como a Internet influência no nosso mundo real. A forma como ela modifica as nossas interações sociais. É a ponte entre o "mundo virtual" e o "mundo real". Uns dizem que o Terminal é como a Matrix do mundo real, ou que a Matrix é o Terminal do mundo internáutico. Mas eu prefiro não me aprofundar nisso para não confundir demais.

Não é exatamente uma proposta tão ambiciosa quanto a do Cyberxamanismo, mas não é difícil imaginar as implicações dessas conceitualizações. Já imaginou que tipo de análise se encaixaria para os caminhos entre as esferas? E o que dizer sobre a Sagrada Matemática dos números binários? Ou ainda, a manipulação matemática com a correspondência em octal de cada caractere? As possibilidades são múltiplas, mas o meu papel de trollar com os outros sistemas mágicos termina aqui. Até a próxima! 
Já imaginou fazer uma cruz kabbalística online? Ou um ritual do banimento no seu site?

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

The Nu Project

Alerta aos navegantes! Conteúdo explícito à vista! E eu não trago apenas corpos nus para o cardápio, mas corpos de VERDADE. Sim, nada de maquiagem, plástica, retoques digitais ou exigências dos valores culturais. Um ensaio que busca captar a beleza natural e real das mulheres (e alguns parceiros), ao invés de reforçar a imagem de corpos ideais e padronizados.


Traduzindo do próprio site Militância Erótica:

"The Nu Project retrata a beleza das mulheres na sua forma mais perfeita e honesta. Sem glamour, pouca maquiagem e naturalidade, as mulheres de diferentes idades, raças, religiões e nacionalidades, que posaram com orgulho e coragem, revelando as histórias que contam seus corpos."

Focault bem comentava, sobre a tolerância da sociedade em relação à exposição erótica: "Fique nu... mas seja magro, bonito e bronzeado!" (1977: 147). Como eu adoro subversão, irreverência e qualquer forma de arte que desvende realidades veladas, ai está, uma simples publicação sobre um excelente ensaio fotográfico. Aproveitem e acessem aqui, para todas as fotos. Obrigado!

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Teologia e Informática (1)

A ideia veio quando eu tentei explicar o meu conceito sobre Deus para um amigo. Ocorre que, como alguns adeptos mencionam: "Se você conhece Deus, você não precisa explica-lo. Se você busca explica-lo demais, é por que não o conhece." Não é um texto religioso, nem tanto teológico. É algo mais filosófico mesmo. Não tenha medo, eu o convido a dar um passo adentro do MEU mundo, e conhecer uma das minhas analogias mais pretensiosas: Explicar o universo, a criação, a existência e o divino, utilizando de termos da informática!
E se, e se... mas será?!
Olhe para você ai, lendo esse texto. Onde está o seu corpo? Onde está a sua mente? Antes que eu te chamasse atenção, você estava plenamente ciente da posição do seu corpo? Onde está o seu pé direito? Tem mais alguém próximo de você? Está ciente do ambiente ao seu redor, ou está tão concentrado em fatores exteriores à sua própria percepção sensorial, que você anulou grande parte das informações que te rodeiam só para ler esse texto?

Pode parecer uma brincadeira boba, mas muito provavelmente você ainda tem pouca (ou nenhuma) consciência das forças e relações que te mantém conectado, não só ao seu corpo, mas ao ambiente no qual está e, já acelerando o passo, conectado a todo o universo! As curiosas descobertas da mecânica quântica evidenciam que toda as partículas, toda a matéria está, de algum modo, conectada. São as supercordas. A ilusão de materialidade que nós temos, advém dessa percepção de um mundo concreto e sólido. Tão pouco sabemos o modo como o universo está, a todo instante, à beira de um colapso. Tudo pode deixar de existir de um instante para o outro, basta uma ideia errada, basta que alguma dessas cordas se "rompa" liberando uma energia absurdamente elevada.

Energia, ligações, cordas... Nossa matéria, bem como nossas mentes, compõe parte de uma complexa rede metafísica. É aqui que entra a nossa analogia. Com os avanços da informática, os sistemas computacionais poderão algum dia simular a realidade. E brincando com essa possibilidade, imagine como seria fazer parte de uma realidade simulada por um computador? 
Escolha seu personagem e embarque na aventura!
Você é agora inteiramente composto de bits. Tem uma rotina própria e um algoritmo preparado para se adaptar a eventualidades. Você tem pouco, senão, nenhuma ciência sobre o fato de que você não é real! Mas espere, você não é real? O que será que pode ser considerado autenticamente real ou não? Você sente fome, você sente calor. Você conversa, você se relaciona. Você trabalha, você constrói carreira. Você tem órgãos internos. Você tem de ser real, não é verdade? (Eu recomendo fortemente não ignorar o vídeo, se possível)
 Enquanto cidadão no mundo informático, você não é muito mais do que bits no hard-drive. Você está limitado (sem conhecimento disso) por um conjunto de parâmetros determinados por aqueles que programaram o mundo no qual vive (incluindo você mesmo). Na maior parte do tempo, você simplesmente responde a estímulos (códigos de entrada), e emite resultados baseados em experiência anteriores (database). Você não é nada além de informação que interage com outras informações que são feitas da mesma matéria que você. São meros dígitos no terminal de um computador.

Essa perspectiva te assustou? Eu ainda nem abordei a ideia mais perturbadora. Imagine que você seja um avatar de um MMORPG. Isso implicaria que algum usuário o utilizaria para interagir com outros jogadores por meio dos avatares deles. Você não seria nada além de um veículo para esse navegador do mundo virtual. Você não tem tanta liberdade ou autonomia quanto acredita ter. Na maior parte do tempo, você é movido por estímulos de origem desconhecida. Isso quando você não assume exatamente a personalidade daquele que te manipula (e essas são raras exceções, pois na maior parte do tempo é ELE que está identificado dentro da SUA roupagem).

Vamos lá, você já jogou um MMORPG? Se coloque novamente na posição que você está habituado. Seja você o usuário que utiliza do avatar para se comunicar e interagir com outros usuários. Quantas vezes você não esteve tão imerso no personagem a ponto de se esquecer de você mesmo? Novamente, onde está o seu corpo? Em qual posição ele se encontra? Você perdeu a concentração outra vez, não é verdade? Se esqueceu no ambiente que te rodeia. Sim, isso é muito usual. Você transfere a sua mente para outro lugar no espaço-tempo, senão para você mesmo. É justamente o que acontece entre o Avatar Online e seu Usuário. O usuário, na maior parte do tempo, se esquece de que ele não é o seu avatar e, por se identificar com ele, esquece de si mesmo.

Você é o seu avatar! Já pensou por esse lado? Já imaginou se, por um obséquio, seu corpo funciona exatamente como funciona um boneco de MMORPG? Se tal é o caso, quem é o usuário? Algo anterior ao seu próprio corpo físico. Por quantas vezes (caso já seja meu leitor) você não me viu mencionar uma tal de Consciência? Aquilo que observa, aquilo que está anterior até mesmo ao pensamento. Pois o pensamento faz parte do algoritmo de programação que vem junto com esse corpo material. A linguagem, seja matemática, seja semântica, é produto cultural do homem. A linguagem mais natural do universo, é o silêncio (por isso monges meditam).
Se pudéssemos ver o mundo como ele de fato é, não veríamos nada, mas sentiríamos tudo!
Mudemos o parâmetro. Imagine agora que você, a nível de consciência,é como um terminal ligado à internet. Nessa situação, aquilo que eu chamo de Deus, seria a própria internet. Mas agora você vem e argumenta muito coerentemente:

"A internet não existe! Ela não é um objeto, ou algo específico e diferenciado a que podemos chamar de internet. A internet é a conexão entre os múltiplos computadores! Sem os computadores conectados entre si, a internet não existiria!"

Excelente definição para o que é a internet, bem como também, descrição do que EU denomino, Deus. Se estamos todos interconectados, a malha que liga todas as nossas Consciências é o próprio Deus. A Grande Face, seria composta pode todas as outras menores faces, em um enorme mosaico (à la Leviatã de Thomas Hobbes). A mente Dele, é a junção de todas as nossas mentes. Quantas são essas no total? 7 bilhões de mentes? Oh, não, isso é assunto para uma prosa ainda mais longa! A mente Dele, é do tamanho do universo inteiro!

Isso significaria que a nível de Consciência, estamos todos interligados. Qualquer ponto do universo pode ser usado como referencial para o centro do universo. De qualquer ponto do espaço-tempo você é capaz de acessar qualquer outro ponto. Tem ideia do que esses fatos curiosos da ciência implicam? Exige sim, um nível de abstração aquém do normal, mas com algum esforço e dedicação, a imagem que se forma é de tirar o fôlego!
Para uma primeira abordagem, esse texto ficou até muito longo! No próximo, eu pretendo abordar o modo como a nossa realidade se comporta, por que raramente percebemos a ilusão da materialidade e ainda como fazer para zuar com o "código fonte" do universo! Boa noite.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Por que Matemática?

O PENTAGRAMA:
Quem me conhece pessoalmente a pelo menos mais de um ano, já deve ter me visto, alguma vez, usando um pentagrama quase do tamanho de um prato. Combina com uma preto básico (que eu adoro usar para sair à noite com os amigos). Costumeiramente, confundem com a Estrela de Davi (ainda que quando o hexagrama inscrito em um círculo seja, na realidade, o Selo de Salomão, mas enfim). As pessoas me param na rua, no bar, na balada e me perguntam o que significa, por que eu uso... A minha resposta varia, mas eu geralmente transito entre algumas respostas padrão:

1. Foi para te chamar atenção, a ponto de você criar coragem e vir falar comigo usando o pentagrama como quebra gelo. (abordagem geralmente acompanhada de uma piscadela e um sorriso - só pras gatinhas)

2. É um símbolo humanista, pois representa o homem e seus cinco membros: uma cabeça, dois braços, duas pernas. É um símbolo de valorização do homem, e tudo mais, e tals...
Ignore os símbolos alquímicos em torno do... ignore os símbolos!
3. É um símbolo matemático, pois se você pegar o tamanho da aresta do pentágono formado pelas pontas e dividir pelo tamanho da aresta do pentágono formado pelas intersecções, o resultado é o quadrado do número áureo.
Todas essas respostas têm algum fundo de verdade, tanto no sentido de representarem algo concreto, (como o fato das gatinhas gamarem no meu pentagrama), quanto no de servirem como justificativas parciais para o fato de eu usar um pentagrama no pescoço. Qualquer um que me conhece profundamente, sabe que essas são, no geral, desculpas que eu uso para não falar dos significados mais profundos que eu atribuo a esse símbolo, massss... Hoje eu não vim falar de magia nem coisa do capiroto. Mentira, eu vim falar disso sim!, pois eu não conheço área do conhecimento que seja mais mágica do que a Matemática!

O QUE É MATEMÁTICA?

Voltando ao pentagrama, ele era símbolo de uma ordem mística fundada por Pitágoras, e eles utilizavam o pentagrama para se identificarem entre si. Reunidos, eles estudavam os curiosos padrões sobre as proporções divinas na matemática, no pentagrama, na música e discutiam muito sobre geometria. A matemática era cultuada como uma ciência sagrada, divinatória, algo transcendental e esotérico.

Mas o que de fato é a matemática? O que significa ser um matemático? Do grego arcaico, matemática significa ciência, conhecimento, aprendizado. Enquanto matemático, significa amigo do conhecimento. E não para menos, a matemática é uma ciência que foi se modernizando enquanto linguagem e, enquanto aplicação, ela já era praticada muito antes de ser formalizada.
Não se intimide com os símbolos, eles estão aí para facilitar o entendimento, não dificultar!

É muito recorrente contar-se histórias sobre o princípio da contagem, com os cálculos (pedras) como uso primitivo das relações de grandeza. Mas eu penso que esse recorte já está um pouco ultrapassado, principalmente em relação às concepções mais modernas sobre o que é matemática. Para mim, matemática é a ciência do pensamento crítico, é a ciência da racionalidade. Uns diriam que essa é a filosofia, mas aqui entra um mal compreendido muito comum: Filosofia, é a ciência do questionamento, quer ele seja crítico, metódico ou não. Quando você questiona o ambiente à sua volta, você está sendo filosófico. Quando você tentar encontrar respostas ou explicações para o mesmo, você está sendo matemático!

"Mas calma ai, o papel de buscar responder e explicar a realidade é da ciência!"

Ciência, você diz? Conheça seu pai e a sua mãe. A filosofia e a matemática! As duas, combinadas, são mães de todas as ciências. Eu disse, todas a ciências. As ciências jurídicas, as ciências humanas, as ciências exatas, as ciências científicas, enfim... A matemática e a filosofia se intercomunicam, de modo que, por vezes, é quase impossível distinguir o que pertence ao território de uma ou de outra. Mas o fato é esse, a matemática é mãe de todo o conhecimento!

Matemática é a ciência dos padrões. Então, tudo o que depende de uma padronização, organização, ordenação, um conjunto de parâmetros pré-estabelecidos, regras, sistemas... tudo isso, bebe da matemática. No português, a regras gramaticais foram pautadas baseadas em estudos relacionados a padrões linguísticos. Se eu escrever:

"aouferovbeoiuvbeaovusnocvksdmadffoksnvb0erhvboeranhvsxak"

Eu comuniquei alguma coisa? Eu escrevi letras aleatoriamente. Literalmente, eu passei os dedos pelo teclado sem nenhum critério. É possível chamar de vocábulo o que eu escrevi ali? Certamente que não. Pois existem diversos parâmetros na língua portuguesa, até mesmo para o que tange aos neologismos. Beleza então, eu só preciso me preocupar em utilizar palavras para comunicar uma mensagem clara, é isso?

"de no do o e caiu cara chão palco metaleiro espatifou bêbado"

Outra vez, eu comuniquei uma mensagem clara? Seria possível extrair um sentido claro dessa frase, apenas pela maneira como ela foi posta? Seria possível supor um sentido para a frase? Para tanto, eu vou colocar ela no seu formato original:

"O metaleiro bêbado caiu do palco e espatifou de cara no chão"

É possível que, por um obséquio, você tenha adivinhado que o sentido da frase era exatamente esse, mas tenho certeza que a mensagem não se fez clara desde o início. Afinal, no português, existem regras sobre o modo como as palavras devem ser ordenadas para que o sentido, não apenas das palavras, mas da frase e do seu contexto seja compreensíveis ao interlocutor.

Assim é com a matemática. O que as pessoas geralmente confundem, é pensar que a matemática está restrita ao seu linguajar matemático. A matemática, para que se tornasse uma linguagem universal, precisou adotar convenções, símbolos próprios, métodos e modelos lógicos para que pudesse ser desenvolvida a trabalhada. A matemática é também uma forma de linguagem, é uma forma de se enxergar o mundo!

A MATEMÁTICA TEM UMA LINGUAGEM PRÓPRIA. MAS DOMINAR OU NÃO ESSA LINGUAGEM, NÃO TE IMPEDE DE DESENVOLVER O RACIOCÍNIO MATEMÁTICO.

Lógica, racionalidade, senso crítico. Eu volto a bater nessa tecla. Matemática, tem muito mais haver com pensar fora da caixa, do que pensar de forma estrita, ordenada, ou viver a repetir procedimentos de forma viciada e irracional. Por certo período, a escola reproduziu um sistema que colocou a matemática em um patamar muito distante da realidade cotidiana dos alunos e dos cidadãos. Desse modo, o conhecimento matemático ficou alienado de si mesmo, pois os alunos se empenhavam para aprender a reproduzir fórmulas e processos os quais eles não compreendiam em sua natureza, essência e fundamento prático.

Tem muitas pessoas que tem uma mente muito boa para raciocinar, pensar, questionar... Contudo, ingenuamente afirmam que não gostam ou não entendem de matemática por que não se dão bem com números. Eu repito, não é necessário dominar a linguagem matemática para desenvolver o pensamento crítico, mas pode ter certeza que exercer pensamento crítico, significa ser matemático.

Desse modo, eu acabei respondendo por tabela meu segundo questionamento: O que significa ser um matemático? Para mim, significa ser um curioso incorrigível. Significa ser sedento por conhecimento. Significa ser alguém que buscar formas diferentes de pensar, questionar e, não bastando, propõem soluções diferentes para os problemas que muitos vivem a querer empurrar as mesmas fórmulas, ultrapassadas. Ser matemático significa manter a mente aberta, mas sem perder o norte do que se pretende encontrar.

Pensa que a minha visão é muito romântica? Talvez seja, mas qual seria o sentido de me envolver se não for para me lambuzar? Sou um apaixonado pelo conhecimento, não é por pouco que escolhi cursar matemática. Até a próxima!

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Os grupos 'Black Bloc' e seus representantes

Leia o título outra vez. Você não leu errado, fui eu que escrevi uma afirmação retardada de propósito. Se você entende o que tem de errado com afirmação do título, ótimo, senão, é com você mesmo que eu quero conversar! (mas não apenas)
Eu tó vendo essa zueira ai, fera!

CONSCIÊNCIA COLETIVA < VS > CONSCIÊNCIA INDIVIDUAL:

A racionalidade e o senso crítico são qualidades que só podem ser atribuídas ao indivíduo, nunca ao coletivo. A coletividade massificada é sempre irracional. O çeRUmano, ao assumir comportamentos por conta da coerção social, ou seja, quando ele se torna um  mero reprodutor de comportamentos transmitidos e reproduzidos por um grupo, ele não é muito mais inteligente que uma pedra que cai do barranco por ser isso o que todas as pedras fazem.

Cito aqui, a revolução francesa enquanto exemplo clássico de uma massa que fez algo que não entendia. Historiadores comprovam que a Revolução Francesa aconteceu de modo tal, que 99% de seus participantes foram simplesmente "aderindo" a uma agitação cujos fundamentos desconheciam e acabaram provocando uma revolução cega, colocando mais tarde no poder a tão detestada (pelos progressistas) burguesia.

A Consciência Coletiva tem o objetivo de automatizar o comportamento humano. Macaco vê, macaco imita. O Behevionismo materialista resume o homem a produto absoluto das relações sociais e às influências ambientais. Mas e a capacidade de questionar e criticar os modelos vigentes? Essas, estão ausentes no campo da sociologia clássica, e eu já escrevi uma dúzia de vezes aqui no blog as minhas críticas quanto a esse modelo filosófico.

Não basta transformar o ambiente de forma mecânica, nem mesmo buscar criar autômatos eficientes nas "lutas sociais". Caso alguém queira brigar por direitos, a melhor solução é se manter ausente de grupos e mais presente em ações.

Ninguém tem necessidade de se taxar como pertencente a um grupo x ou y, para contribuir com alguma causa. Você não precisa se intitular "defensor dos animais", você só precisa trabalhar de forma efetiva nesse sentido. Essa militância de facebook, que ilude as pessoas fazendo elas pensarem que só por elas militarem na internet elas estão contribuindo para combater o machismo, ou qualquer outra porcaria do tipo, está servindo, muitas vezes, como um tiro pela culatra.

Assim como os conspiracionistas que passam 10 horas por dia assistindo vídeos de mensagens subliminares e palestras do David Ike com intenção de se manterem à prova de alienação e manipulação; pertencer a um grupo ativista pode ser a PIOR escolha de quem quer, efetivamente, defender uma causa ou ideal.



A PSEUDO-GUERRA INTELECTUAL:

Quando tudo se resume a concordar ou discordar integralmente de uma corrente filosófica. Quando discordâncias intelectuais são brechas para - ou sinônimos de - ofensas pessoais, a racionalidade se faz ausente, o debate livre vira bagunça.

Quando tudo acaba se resumindo a rivalidades de grupos, acontece como se observa no comportamento entre a esquerda e a direita política. Não existe mais dialogo, existe troca de insultos e gritos exaltados de inconformidade e indignação. A posição contrária é sempre repugnante ou fascista. Os direitistas chamam os esquerdistas de fascistas, e vice versa. Quem está certo? Provavelmente os dois, ou melhor, nenhum dos dois!

Quando você se rotula como pertencente a um grupo, ocorrem duas coisas:

1. Todos aqueles com quem você conversar sobre referido assunto, vão presumir um conjunto de valores e ideias que vêm acompanhados na opinião público sobre o rótulo referido. Ou seja, se eu me considerar um feminista, anarquista, esquerdista, as pessoas vão pressupor que eu defendo toda e qualquer ideia divulgada em nome dessas correntes filosóficas.

2. Você passará a adequar seu corpo ideológico para se ajustar cada vez mais à ideias que presumidamente pertencem àquela corrente ideológica. Se você se considera um liberal, vai se sentir, inconscientemente, forçado a aceitar todas as ideias consideradas liberais.

A partir do momento em que você entrega o seu senso crítico na mão de um GRUPO, você gradualmente se aliena da sua capacidade de criticar as ideias daquele grupo de forma racional. Quando você passa a se conectar com as ideias de forma emocional, você está sujeito a entrar em contradições e inconsistências lógicas, perdendo território intelectual nas discussões e debates.

Quando você vincula a sua causa a um grupo composto por um número consideravelmente grande de pessoas, você corre o risco de ter sua causa prejudicada por conta de atitudes particularizadas. Basta um qualquer cometer atrocidades ou falar asneiras em nome da SUA causa e, SIM, isso prejudica a sua causa, pois afasta outras pessoas da mesma. Não é a toa que o feminismo foi tão vulgarizado e é alvo de tanta chacota e preconceito intelectual. Quem critica o movimento feminista, tem respaldo nas ações de grupos como o FEMEM. Quem critica a causa LGBTT, encontra respaldo na atitude de grupos extremistas. SIM, tudo isso PREJUDICA SIM!

É UMA QUESTÃO DE LOOBY!

Quanto vale uma ideia? Qual é o preço de se promover uma revolução? Alguns querem pegar em armas, outros gostam dos holofotes na hora H, outros preferem chocar a sociedade com suas atitudes escandalosas. Mas qual é a efetividade dessas ações?

É uma questão de conscientização e não uma situação de guerrilha. Xingar um ou outro comentarista internauta de machista, é uma clara demonstração - não apenas de infantilidade - de inconsistência e desconhecimento de causa. Quem realmente entende o que é o machismo e o feminismo, se isenta desse tipo de atitude, pois na prática entende que:

1. Em uma sociedade machista, todos somos machistas;

2. Rotular o outro da machista não contribui em nada, trazer argumentos de forma clara e coesa, tem mais chance de fazer o sujeito cair na real, gradualmente, do que colocar ele em posição de confronto pessoal;

Nenhuma (e eu me permito a generalização aqui) pessoa muda de opinião com um dedo apontado na cara dizendo que ela está errada e ponto final. Se vocês querem combater o preconceito contra a mulher, contra a diversidade de gêneros, contra a diversidade de comportamentos sexuais, contra os afrodescendentes, contra o escambau a quatro, você precisam entender que é uma questão EDUCACIONAL. Sejam mais didáticos e menos pedantes!

Vídeo exemplificando uma crítica racional à uma atitude ativista que na prática só prejudica à causa:


Eu sei que a sua vontade é de agarrar as pessoas na rua e forçar elas a mudarem de opinião para concordarem com seus ideais. Mas entenda, se você precisa impor a sua forma de pensar no grito de na força, a suas ideias não devem ser tão boas. O papel de impressionar e sensibilizar as pessoas de forma visceral, sensível, ou mesmo truculenta, pertence à ARTE.

Sim, você, artista, tem esse papel. Você, chargista, desenhista, músico, pintor, escultor, escritor, cineasta, grafiteiro, dançarino... SIM, o papel de representar os conflitos sociais, o papel de sensibilizar e causar burburinho, é dos artistas. Principalmente a Contra-Arte e a Contra-Cultura, desempenharam e ainda desempenham esse papel fundamental. A verdadeira educação continuada, na cidadania, se dá por meio da arte/cultura. Portanto, se queremos transformar, gradualmente, a mentalidade de uma sociedade, precisamos investir em cultura de protesto, cultura de inconformidade. Rock, Punk e Metal já foram (ou ainda são) gêneros ícones dessa luta travada por meio da cultura, não vamos deixar eles morrerem!

De resto, é preciso ter paciência. Muita paciência. Entenda que, você mesmo, provavelmente precisou de anos para gradualmente transformar a sua forma de pensar para defender as ideias que defende hoje. E então deve entender que existam outras pessoas que estão em situação em que, ao invés do seu ódio e fúria e aversão, elas precisam da sua paciência para aos poucos elucida-la.
Quem foi que você chamou de quatro olhos?

E OS BLACK BLOC'S?!

Não são um grupo, não têm representantes oficiais, não têm líderes, não têm hierarquia. O black bloc não tem integrantes, não tem uma pauta estrita de exigências. O Black Bloc é um conceito, uma ideia, uma tática de protesto. É uma forma de defender a população da violência e truculência da polícia (principalmente a PM) nos protestos. O Black Bloc não é um objeto, mas um evento.

O black block não existe, ele tão simplesmente ocorre durante os protestos. Vândalos? Depende do referencial. Eu prefiro considerar as táticas do black block como ações efetivas. Protestar é uma forma eficaz e legítima de se inferir na realidade de forma transformadora.

O Black Bloc, enquanto evento, se caracteriza como um coletivo de individualidades. Conscientes dos ideais que suportam, eles aceitam assumir um caráter coletivo para adquirir força e coesão. Um homem de preto em frente à multidão, é tão simplesmente um homem de preto em frente à multidão. Uma multidão de preto, disposta a confrontar a polícia e defender a população da truculência policial, é o Black Bloc.

A intenção é clara, a ação é coesa e consciente. Uma vez reunidos em torno de ideias que cada participante do evento assimilou de forma individual e racional, a prática se faz de forma massificada (agregadora, coesa, fortalecida). Ao contrário do que ocorre quando indivíduos assumem comportamentos individualizados por terem assimilado valores massificados.

Arte, Virgindade e os Estigmas

Aquele momento quando uma reportagem de um tabloide britânico é tão preconceituoso quanto um web-noticiário brasileiro:

Gay art student sparks outrage with plan to lose his virginity in front of audience of 100 then hold a question and answer session afterwards

Universitário vai perder virgindade anal em performance artística

(Leiam as duas notícias, se possível. Eu não vou me ocupar em copiar e colar as informações aqui, vou simplesmente debater o tema, OK?)

"Gay art student".. "estudante de arte gay", ou "estudante de arte, gay"? A diferenciação no tratamento já começa pelo título. Em um, o estudante, antes de qualquer outra coisa, é GAY. Na outra notícia, ele é, antes de tudo, um universitário. Em uma, ele vai perder a virgindade (sem rótulos à prática), na outra, ele vai perder especificamente a virgindade anal.

É fácil perder o foco ou o tema que está realmente em jogo com notícias como essa. Estudante, jovem, GAY, universitário, sexo ANAL, estudante de arte, GAY... Oh, é claro, e a VIRGINDADE.

Considerações:

1. Toda forma de expressão e arte deve ser livre de censura ou tabu. Se ele quer fazer o primeiro sexo anal de sua vida em frente a 50-100 pessoas, tal enquanto fato não deveria ser razão de censura ou crítica. É a vontade dele e, nesse sentido, ele merece respeito.

2. O tema a respeito da virgindade é um tema interessante e contemporâneo. Criou-se um estigma em torno da ideia de que pessoas sexualmente virgens, têm algo de especial ou debilitante. No caso, assume-se ou como um valor de moralidade maior (geralmente atribuído às mulheres virgens), ou representa uma debilidade social (no caso, para a maioria dos homens virgens com idade superior à que se consideraria desejado para que o homem já tivesse tido no mínimo sua primeira experiência sexual).

3. Arte, enquanto arte, já não admite ser contestada em relação à sua natureza, mas pode ter seu rigor, qualidade, ou primor artístico contestado e avaliado. Ainda não é possível dizer que qualquer coisa é arte, pois enquanto processo de produção artística e cultural, a prática humana precisa estar imbuída de teoria. Se você faz qualquer coisa e exige o rótulo de arte para o seu feito, é bom você ter uma base teórica muito boa para defender a posição da sua prática enquanto arte.

E AÍ SEGUE QUE...

Um parâmetro interessante para testar a real repercussão da ideia desse estudante é substituir o sujeito por outro: E se fosse uma mulher, estudante de arte, 19 anos, que decidisse perder a virgindade em palco, para depois gerar uma discussão sobre o ato? As pessoas encarariam a notícia com outros olhos? Evidentemente que sim, pois o estigma que tomaria lugar da discussão em relação à virgindade, seria o estigma em relação à mulher (e não em relação ao homossexual, como no caso de Clayton). Se Clayton é o viadinho que quer queimar a rosca, a mulher quer chamar a atenção colocando a própria virgindade a preço e exibição (como no caso da nossa amiga Catarina Migliorini).

Ok, vamos mudar o sujeito outra vez. Homem, heterossexual cis-gênero, estudante de arte, 19 anos. Vai perder a virgindade em palco com uma amiga. Talvez aí, tem-se  a possibilidade de colocar em destaque a questão da virgindade. Afinal, é um homem, não bastando, um homem VIRGEM. Vai valer aqui, o estigma do virjão, do impotente, e assim o tema da virgindade ganharia ainda maior potencia!

O debate sugerido é esse. Perder a virgindade te torna alguém diferente? Muda em algum sentido a sua relação com outra pessoa? Afeta a sua vida de forma significativa? É distinguível, a olho nu (mas não com o sujeito desnudo), mudanças sensíveis no aspecto físico, psicológico, social, político ou biológico?

TER FEITO SEXO OU NÃO, FAZ DE VOCÊ ALGUÉM DIFERENTE DE QUEM ERA ANTES?

A discussão é interessante, sim. Já a proposta de intervenção artística idealizada por Clayton, eu não tenho muita certeza. Ele precisaria me apresentar uma monografia detalhando referências teóricas, com uma argumentação muito forte para me justificar uma simples performance sexual como sendo uma performance artística.

Talvez seja preconceito meu. Talvez não seja uma simples performance sexual. Talvez ele coloque umas luzes de neon no palco. Talvez ele coloque uma música de fundo bem dramática. Alguma sinfonia que comece serena e suave, até que no momento da penetração venham os trompetes e os graves fortes, combinando com a expressão de mais indignavelmente dor que Clayton fará nesse momento. As subjacentes idas e vindas de seu parceiro poderiam vir acompanhadas de notas de violino, bem ao modelo Tubarão. Até que a coisa fique mais agitada. Uma vez relaxado, Clayton mudará sua expressão, e então virão os orgasmos. Espasmos de notas agudas e eloquentes marteladas no prato e, mais um gemido e, o prato vibra outra vez... Enfim.

O ato e o tema já foram afirmados, ok. Questionável enquanto qualidade ou primor artístico, será o modo como Clayton irá elaborar a sua ideia. Conceitualmente, a proposta é boa, mas a aplicação ainda corre sérios riscos de deixar muito a desejar, em termos de arte e, por que não apontar, em termos de arte erótica? Abraços leitores!

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

A Ditadura da Informação

André Dahmer
Qual é o montante de informações que acumulamos diariamente? Redes sociais, jornais televisivos, e aquele acumulo abusivo de notícias pseudo-científicas (bem ao modelo do Portal Terra). O mundo moderno, globalizado torno impossível a digestão eficiente de qualquer informação que recebemos.

Bombardeados com notícias de miséria, desemprego, gato de duas cabeças, pesquisas norte-americanas "comprovando" que quem dorme mais tarde é mais inteligente; a nossa geração vive uma fase imbecilizante. Não estou colocando tal como regra, mas é notável perceber a memória fraca de quem ainda se surpreende com notícias velhas, ou mesmo repetidas.

O ESPETÁCULO NÃO PODE PARAR!

Desde a escola, somos condicionados a guardar um montando grande de informações, de modo a despeja-lo em um questionário chamado prova (que não funciona como prova de rendimento real, nem de inteligência). A velha tática de recompensar apenas aqueles que são mais eficientes em aprender e reproduzir algorítimos, do que os que são capazes de questionar o conhecimento. Sempre que um aluno teima em questionar demais o professor, ele se torna um aluno problema.
Neil deGrasse Tyson
"Quando o estudante cola na prova, é por que o sistema valoriza
notas mais do que o estudante valoriza o aprendizado." - Neil deGrasse Tyson

O SENSO CRÍTICO RARAMENTE É ESTIMULADO.

Já passamos da Era do Conhecimento, e estamos possivelmente tendendo para um regresso em direção à Era da Informação. Por que regresso? Valoriza-se demais a capacidade de se manter "antenado" com os variados assuntos, e valoriza-se de menos a capacidade de fazer analises críticas em relação à informação que se adquire. Vulgariza-se o conhecimento, por meio de textos de fácil digestão e idéias que raras vezes são efetivamente questionadas.

A propagação veloz dos HOAX's está ai para provar o modo como as pessoas nem mesmo fundamentam a informação que divulgam, antes de espalharem os absurdos mais sem noção do mundo! Meu apelo é simples. Desacelere. Relaxe, e busque ter mais atenção com o que lê ou divulga desnecessariamente. Eu vejo muita dialética invertida, e muitas pessoas apoiando causas e ideias sem entender por que realmente está lutando. Paz, Amor, e uma sombra num fim de tarde para ler um bom livro, sossegadamente!

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Decifra-me, ou devoro-te!

_Que fazes em meu reino, reles mortal?
_Q-quem, eu?
_Sim! Caso queira atravessar essas terras, terá de decifrar meu enigma!
_Ah, se for aquele lance lá das quatro patas pela manhã, duas pela tarde, e três pela noite, pode esquecer que eu já sei qual é a resposta. É o HOMEM!
_Engana-se, mortal. Meu enigma é a minha própria forma. A resposta, está dentro da tua forma!
_Mas hein?
Cabeça de mulher, corpo de leoa. O mito geralmente é associado ao Antigo Egito, mas pode ter raízes ainda mais profundas! Estudando sobre as esfinges, Pierre Weil encontrou referências a essa figura mitológica em culturas como a Persa, Assíria, Grega e outras mais. Combinando sua ciência tipicamente cartesiana a conhecimentos esotéricos como a Cabala Hebraica, o Tarot, os Vedas Hindus e a Bíblia, ele conseguiu perceber na Esfinge um modelo ideal de microcosmo do homem.

Tomando como base a esfinge quaternária, ela seria composta por 4 animais. Patas de Boi, Corpo (tórax) de Leão, Asas de Águia, e Cabeça de Humano (mulher).

Os três primeiros animais seriam representações de diferentes níveis de inconsciente humano. Enquanto a cabeça humana representaria a Consciência humana, desperta. É desse modo que Pierre Weil avalia a divisão da psique humana. Existe o estado de Consciência (sobre o qual eu comentei no texto anterior) e o estado onde estamos geralmente imersos, de Inconsciência.

Freud foi muito eficiente em descrever o inconsciente humano, mas aparentemente, cometeu o engano de acreditar que é impossível transcendê-lo. Desse modo, analogamente aos animais classificados, podemos estabelecer relações entre o Id, Ego e Superego, e os animais descritos por Pierre como o Boi, o Leão, e a Águia.


O BOI:

O inconsciente dos prazeres carnais. Preguiçoso e luxurioso, ele busca satisfazer seus impulsos, assim como é o Id de Freud. Rege as atividades sensoriais mais básicas como o conforto e o impulso sexual. O boi também gosta de comida, ou de qualquer coisa que satisfaça prioritariamente o corpo e seus desejos! Domina os instintos de sobrevivência. É o primeiro a entrar em alerta, caso a vida do dito cujo humano esteja sob potencial ameaça.

O LEÃO:

Soberbo, o Ego humano gosta daquilo que te satisfaz por meio das emoções. É o centro do EU, aquele que pensa primeiro em si e nas suas satisfações emocionais/sentimentais. O leão ama, o leão se envaidece, o leão gosta de escutar uma boa música. O leão gosta de bossa nova, de paisagens belas, tudo o que agrada o seu íntimo, tudo o que te dá uma satisfação interior. O leão, algumas vezes, censura o Boi, que só quer saber de felação e conforto. O leão quer trazer para si aquele ar de nobreza, precisa se sentir elevado, importante, privilegiado!

A ÁGUIA:

Asas para imaginação, pensamentos ao alto! O superego julga e analisa tudo criticamente. Um intelecto exacerbado, erudito, culto, e que se vangloria por um QI avantajado. A águia é o animal da inconsciência na racionalidade. Sim, é possível ser inconsciente ao ser racional, principalmente, quando chega ao extremo de ceticismos egoístas e mesquinhos. O ímpeto de pensar que é superior, ou que sabe mais do que qualquer outro, são traços característicos da águia. Fechada em seus conceitos e ideias pre-concebidas, dificilmente se abre para o novo. Dificilmente se permite conhecer ou entender o ponto de vista do próximo. Autoritária, é uma das expressões mais perigosas da Inconsciência, justamente, por ser muito confundida com a Consciência.

O CORPO E OS ANIMAIS:

A esfinge pode ser encontrada em nosso próprio corpo, por meio de um estudo da linguagem corporal. Cada animal desses, ganha uma posição de expressão em nosso corpo. O boi tem seu centro motor localizado nas quadris. Movimentos do quadril, podem indicar as intenções positivas ou negativas de um boi. Um quadril travado, ou ocultado por algum objeto, pode indicar um instinto de auto-preservação. O leão tem seu centro motor no tórax. Um tórax erguido, avantajado, pode revelar um Ego soberbo que busca se afirmar ou se colocar na posição de superior. Enquanto um tórax murcho, pode simbolizar um Ego enfraquecido, que tolera se submeter aos Egos alheios. Já a águia, não poderia estar em outro lugar se não na cabeça. Uma águia que segue baixa, olhando para o chão, está sujeita a ser influenciada pelos fatores exteriores. Uma águia que segue erguida, mostra domínio e controle sobre o ambiente.

Geralmente, transitamos entre momentos em que estamos satisfazendo um desses três inconscientes. Desse modo, teríamos pouco, ou quase nenhum controle sobre a nossa expressão corporal. Enquanto que, em estado de Vigília e Consciência, seriamos capazes de escolher o fluxo por meio do qual alimentaríamos cada um dos nossos inconscientes.

Não é a minha intenção aqui descrever os pormenores de cada um desses animais que vivem dentro da nossa psique, e que são tão bem representados pelo mito de Esfinge. Mas se me permitem, indico dois textos: O Corpo Fala - Pierre Weil, e Esfinge: Estrutura e Mistério do Homem, mesmo autor. Boa noite!

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O TEXTO MAIS PERIGOSO DE TODOS

Isso não é uma brincadeira. Esse texto não é irônico, mas carrega consigo informações e ideias que você, leitor, vai apresentar GIGANTE resistência para assimilar. Mas não se preocupe, eu vou elucidá-lo em torno do processo, basta você ter coragem para tal.
Shhhhh!!

Antes de mais nada, acho que seria interessante revisar alguns dos outros textos do meu blog. Textos que contribuem para perceber como os dualismos são meras ilusões criadas para nos prender em falsas dicotomias, veículos de aprisionamento mental e intelectual. Prisões como são as ideologias e rótulos, que limitam a nossa percepção sobre a realidade. Observar como o estado é um dos principais veículos de dominação e repressão da nossa expressão enquanto entidades individuais. E por último, perceber como a intelectualidade academicista não nos ajuda a escapar da ignorância. Já que pior do que a ignorância, é a falsa sensação de conhecimento (e a falsa sabedoria).

Como já devem ter percebido, não é um simples texto, mas vários textos em um só. Eu trabalhei muito conscientemente para compor essa malha de textos que se interconectam e se comunicam mutuamente. E o tema de hoje é, o ser humano, o estado, a sociedade, o mundo e, de forma bem pretensiosa, o único caminho que eu enxergo para curar o mal da humanidade.

Fome, peste, miséria, violência, estupros, assassinatos, repressão, roubos, catástrofes naturais, corrupção, manipulação... O que tem de errado com o mundo hoje em dia? O mesmo que teve de errado há milênios. Ele é habitado por seres que se auto-denominam Conscientes, sem nem ao menos entenderem o que significa estar e ser consciente!

Descartes cometeu um erro crasso ao afirmar que "penso, logo existo". Essa percepção do homem, como entidade pensante, capaz de, ó, elaborar raciocínios e compor idéias e teorias, de modo a colocar-lo numa posição superior à dos animais, é a principal causa de todos os males humanos. Como isso? Pois bem, vou mencionar o primeiro tabu do texto. Light, mas ainda assim, um tabu:

O PENSAMENTO É A RAIZ DE TODO MAL!

Como isso? Psicologia cognitiva. Tudo o que falamos ou fazemos, é repercussão do que pensamos. Vou criar um gráfico para explicar melhor:
Sim, eu desenhei no paint. Com licença!

São os 3 níveis da expressão do Ser Humano. No cerne mais interior, estão os nossos pensamentos. Todos os nossos conceitos, opiniões, e mais, muito mais. Todos os mínimos pensamentos e reações internas a respeito de uma situação, se enquadram nesse contexto. E, diferente do que muitos imaginam, nossos pensamentos são REAIS. Eles compõem parte da REALIDADE e da NATUREZA, e de tal modo, eles também interferem até mesmo na realidade dita concreta, física.

No segundo nível de expressão, está a nossa expressão linguística. Pode ser por meio da escrita, ou por meio da oralidade e, ainda, por meio da expressão corporal. Mostramos as nossas ideias, mesmo de boca fechada (por meio do corpo). Aqui, a expressão antes fechada ao universo mental, ganha um pouco mais de consistência, por meio da propagação de ondas. Também, atinge o ouvido ou os olhos de outra pessoa que pode vir a carregar ou não aquelas impressões no próprio corpo mental.

Por último, existe a expressão mais densa e notória, as nossas atitudes. Essas, podem edificar ou destruir. Matar ou Salvar. São, SEMPRE, repercussões daquilo que pensamos, mas podem concordar ou não com a nossa oralidade. É a famosa hipocrisia, falar uma coisa, mas fazer outra. Mas acredite, na hora H, por mais que o discurso de uma pessoa seja bonito e inspirador, ela mostra quem ela realmente é por meio das atitudes.

Juntando todos os fragmentos, eu pontuo outras afirmações perigosas:

TODOS OS PIORES CRIMES COMETIDOS CONTRA A HUMANIDADE, ANTES DE SEREM PRATICADOS OU ACONTECEREM, SURGIRAM POR MEIO DOS PENSAMENTOS. NA ESFERA MENTAL, ELES GANHARAM CORPO E FORMA. POR MEIO DO DISCURSO EMOTIVO E HIPÓCRITA, GANHARAM ADESÃO. ATÉ O DIA QUE SE EXPRESSARAM FISICAMENTE, POR MEIO DAS AÇÕES DAQUELAS QUE PRATICARAM OS CRIMES MAIS HEDIONDOS.

Eu sei qual exemplo você, caro leitor bem informado, associou a essa explicação. Sim, o Nazismo é um exemplo clássico, mas as repercussões e implicações desses fatos pouco relatados, está muito mais próximo e onipresente do que você poderia imaginar.

Voltando um pouco na prosa, o que significa ser Consciente? É ser racional? É passar madrugadas pensando e pensando sobre os problemas do mundo? Vocês consideram que eu, autor desse blog, acumulei ou atingi esse tipo de percepção, por meio de livros ou noites e dias perdidos dedicados exclusivamente a pensar? Lamento informar que é justamente o CONTRÁRIO. Eu postulo aqui:

O PENSAMENTO É UMA DOENÇA. A MENTE É A NOSSA MAIOR INIMIGA.

Todas as doenças, sem exceção, começam pela mente. Mesmo as viroses e infecções, são contraídas por culpa de um sistema imunológico fragilizado. Essa é uma realidade difícil de engolir, pois a sua vida inteira você foi criado para valorizar-se por meio da intelectualidade e do pensamento, mas isso é uma ilusão tão poderosa e magnética que nos aprisiona. É um dos últimos estágios que nós precisamos ultrapassar para nos encontrarmos com qualquer percepção concreta sobre o REAL.

OS PÁSSAROS QUE VIVEM PRESOS EM GAIOLAS, PENSAM QUE VOAR É UMA DOENÇA.

Transcender a dependência de linguagens e teorias para conhecer a realidade é um caminho dificílimo, mas caso não queira trilhar-lo, terá de reconhecer sua debilitante visão de mundo. Permeados de falsas dicotomias e maniqueísmos que te impedem de conhecer a vida de uma forma mais complexa e, portanto, mais próxima da realidade.

Mas EI! O que significa ser Consciente? Significa entender que você não é o seu corpo, nem a suas emoções, nem mesmo a sua mente. Você é o que observa tudo isso, a uma distância. Experimente você, perceber-se como algo alheio aos próprios pensamentos, como um expectador, ou um ouvinte de uma rádio. Note o que acontece. Coloque-se, por um instante, como algo que está além de você mesmo, e note como seus pensamentos ficam escassos. A sua mente vai parando aos poucos. Os pensamentos ficam espaçados, eles se sentem intimidados com o fato de serem observados. Ficam envergonhados, "quem é esse que nos observa?", ora veja, ESSE É VOCÊ, EM PURA ESSÊNCIA!

VOCÊ NÃO É O QUE VOCÊ PENSA SER. VOCÊ SIMPLESMENTE É!

Toda a realidade existe independe do que você pensar a respeito dela. Não existem tábuas sagradas com as leis naturais de forma a reger as leis mecânicas. O universo não pede permissão a nenhum teórico sagrado das academias e universidades para se comportar tal como ele se comporta. Por conta disso, não faz sentido pensar que a realidade seria alcançada pelos nossos pensamentos, emoções ou sensações (sentidos físicos). É necessário transcender tudo isso e, SIM, o ser humano é capaz de tal! Chame de sexto sentido, chame de intuição, que seja. O fato é que as escolas, as universidades, as academias, a televisão, os filmes, as músicas, e mesmo a cultura e a arte massificada te bombardearam a vida inteira com informações que te obrigaram a desacreditar na sua intuição. Desse modo, trabalharam seriamente para te desvincular de você mesmo. Te obrigando a aceitar uma carapaça inventada, uma representação ilusória sobre quem você realmente é.

E agora vem o momento mais perigoso do texto. Aquele que vai te deixar mais revoltado e inconformado. Óbvio que você vai ficar inconformado, pois vai associar-lo a uma série de outros conceitos e ideias pré-concebidas. Construtos mentais arquitetados e implementados para te desviar automaticamente de qualquer ideia ou pensamento efetivamente libertador:

NÃO EXISTEM VÍTIMAS, NINGUÉM É INOCENTE!


Todos somos, sem exceção, eternamente responsáveis por tudo o que cometemos E por aquilo que cometem conosco. Sim, até mesmo a violência que praticaram contra você, até mesmo nas situações em que você foi lesado, ou que lesaram outra pessoa, todos nós somos responsáveis por isso. Todos nós temos um potencial infinito - adormecido - e capaz de transformar a realidade que nos cerca de forma que outros considerariam assustadora. Muitos indivíduos acessaram esse potencial. O colocaram em prática, e foram notórios lideres comunitários. Humanistas engajados em lutas nobres com repercussões que marcaram a história, ou ainda, ditadores sanguinários eficientes em conduzir massas e manipularem multidões à mãos de ferro. Também existem aqueles chamados de messias, que inspiraram revoluções na forma humana de pensar. O que todos eles têm em comum? Todos nasceram do ventre de alguma mulher, nus, desprovidos de qualquer dote ultra-natural. Indivíduos tão comuns quanto eu e você, mas que diferente da grande maioria, reconhecerem neles mesmos o seu verdadeiro potencial transformador. De tal modo, não admitiram a submissão a valores limitantes. Quer tenham feito o bem ou o mal, atingiram seus objetivos, quer seja integralmente ou parcialmente.

Se a sua vida está mal. Se a sua namorada te largou. Se naquele dia especial, tudo deu errado; reconheça, antes de querer culpar qualquer outro, que o primeiro culpado é você mesmo. Você pode filosofar e questionar esse pensamento rigorosamente, mas com uma percepção ainda muito limitada, você não seria capaz de medir todas implicações que justificariam essa forma de pensar. Pode parece elitista, pode parecer meritocracia, mas é simplesmente por que VOCÊ ainda está preso a esses rótulos e a essas formas limitadas de se conceber outras ideias.

Se as pessoas, ao invés de esperarem que as transformações sociais viesse de cima para baixo. Se ao invés de esperarem que o governo, ou o estado, ou o escambau a quatro, resolvesse os problemas de miséria, fome, violência e buscassem resolver os problemas da própria vida, POR CONTA PRÓPRIA... O mundo conheceria paz e liberdade genuína. Se CADA indivíduo fosse consciente de que a primeira pessoa que se opõem entre ela e os objetivos dela, é de fato, ELA MESMA, teríamos uma revolução por dia.

A VERDADEIRA REVOLUÇÃO COMEÇA DENTRO DE TODOS NÓS!

É muito fácil acusar ao outro. É muito fácil se fechar nos seus conceitos sobre certo e errado e dizer que o problema está sempre no outro. E não, o autor desse texto não comete essa falha, pois por reconhecer os benefícios de entender como ele é o principal responsável pelos próprios sucessos e fracasso, e reconhecer os benefícios dessa forma de pensar, é que ele decidiu escrever esse texto.

Não seja mera vítima das circunstâncias! Tome as rédeas e reconheça que ninguém pode fazer mais por você, do que você mesmo! Pode parece a típica mensagem de livro de auto-ajuda (e muitos desses autores, são pessoas que reconheceram essa verdade), mas se é tão pictórico para você, por que ainda não o pratica? Conhecer não é saber. Sabedoria só se acumula com a experiência. E se tudo o que você sabe só veio por meio da teoria, então você não sabe nada sobre NADA!

"O QUE TEM DE TÃO PERIGOSO SOBRE ESSE TEXTO?"

O fato de quase ninguém colocar essas ideias efetivamente em prática. Elas leem um texto como esse, a título de curiosidade, para depois focarem as atenções dela naquilo que elas foram condicionadas a pensar que é o que realmente importa. Televisão, esporte, trabalho, estudos, ganhar dinheiro... tudo isso, sem a consciência sobre quem você realmente é, e sem a consciência sobre o seu verdadeiro potencial, é tudo futilidade inventada para te manter ocupado e alienado de si mesmo. O que existe de tão perigoso em demonstrar tudo isso? É mostrar que existem pessoas que, há milênios, tiveram acesso a esse conhecimento e optaram por guardar todos esses segredos a sete chaves. De maneira que eles pudesse manter as outras pessoas adormecidas sobre quem elas são e o verdadeiro potencial delas. Desse modo, elas usariam o potencial dos adormecidos para mantê-los escravizados, inertes, absortos em estado de quase constante e absoluta hipnose. Como eu disse antes, quem nasce e vive em condições tão precárias de saúde e inconsciência, toma o falso como natural.
Toda ficção tem base na realidade!

Hoje nós vivemos muito próximo ao ápice desse ciclo escravista. Próximos ao ápice, pois pode piorar. E numa fase extremamente crítica, pois eles habilmente conseguiram criar um mundo onde as pessoas acreditam ser livres, e onde elas acreditam que suas limitações são naturais e até desejadas. Pode parecer teoria da conspiração, mas é muito PIOR do que isso. Pois os conspiracionistas são geralmente pessoas que ficam ainda mais bitoladas e suscetíveis e acreditarem em qualquer coisa que venha com esse rótulo misticista, de denunciar verdades que não podem ser proferidas. Não é a minha intenção aqui.

Minha intenção é fazer um convite, para que busquem se encontrar com vocês mesmos e perceberem a realidade por um angulo diferente. Um angulo sem rótulos, sem preconceitos e sem dogmatismos intelectuais. Pois a minha última questão é:

E SE TUDO O QUE TE ENSINARAM A ADORAR FOSSE FALSO? E SE TUDO O QUE TE ENSINARAM A REPUDIR, PUDESSE TE LIBERTAR REALMENTE?

Caso queiram acompanhar meus textos, pesquisas e notícias, curtam minha página: Gunter Brian

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Marx, o novo Cristo!

ALERTA VERMELHO! 
ALERTA VERMELHO!


Essa publicação, altamente nociva à fragilidade ideológica de determinados indivíduos denominados marxistas, pode ter efeitos colaterais perigosos. Pode incitar a injuria, a difamação, a ampla utilização de falácias e ataques pessoais.

É sobre ele, meus caros, ELE, o controverso, venerado e odiado, cultuado e martirizado, Karl Marx! (palmas - sqn). É, infelizmente, com profunda revolta interior que eu venho escrever essa prosa. Esclareço em primeiro ponto que não tenho qualquer vinculo com a Direita politico-ideológica. Acho que já passou da hora de crescerem e aprenderem que criticar a esquerda não me torna um direitista. Para mim, ambas esquerda e direita são igualmente retrógradas e repugnantes! Mas hoje é a vez do infame mestre-sábio-messias dos esquerdistas queimar nas páginas do meu blog.


Antes de tudo, uma pequena revisão sobre as ideias e teorias do nosso colega em questão. Baseando no estudos da sociologia, que analisa os fatos sociais (sempre generalistas, diga-se de passagem) como objeto absoluto para estudar as diferentes sociedades.

Observou, Marx, que toda expressão cultural, ideológica, religiosa e social das sociedades, têm como referências básica a divisão do trabalho e as relações com os meios de produção. Deste modo, a forma como uma sociedade lida com o trabalho e os meios de serviços ligados à sobrevivência (comida, vestuário, transporte, industria, saneamento, etc) compõe a base por meio da qual toda a sociedade irá se estruturar.

Vale lembrar também, que Marx só considera como trabalho, aquele que é empenhado de maneira física, 'braçal", e que atende a uma demanda dos recursos básicos para a sobrevivência. Dessa forma, ele buscou combater a aparente super-valorização do trabalho intelectual em detrimento do trabalho manual. Mas (e aqui começa a primeira falha) desqualificou completamente o trabalho intelectual como forma de... como forma de TRABALHO.

Até aqui, nada tão mal. Apesar desqualificar o trabalho intelectual como forma de TRABALHO, ele ainda foi muito eficiente em transparecer as relações sociais. A sociologia, quando analisa comportamentos em grupo, é muito eficiente em apresentar eventos de coerção social, onde a Consciência Coletiva (uma entidade ontológica onipresente) oprime a liberdade da Consciência Individual.

Observando o capitalismo em seu surgimento, Marx pode identificar as condições de extrema exploração em que os trabalhadores das fábricas e das industrias viviam. Por meio do conceito de alienação, ele mostrou como a hipotética liberdade de escolher onde trabalhar, não isentava a realidade de que os trabalhadores não tinha acesso aos meios de produção. Ou seja, a independência era hipotética e representativa, e não efetiva. Em outras palavras, se você queria produzir tecidos, ou sapatos, ou qualquer outro produto, os meios de produção eram de absoluto domínio dos donos das fábricas.

Até aqui, nada de tãaao mal, pelo menos para a época. Esqueci-me de mencionar que a teoria marxista é absolutamente materialista e utilitarista. Ou seja, ela assume que o homem nasce uma 'folha em branco' e, portanto, é absoluto produto do ambiente social em que vive. Ou seja, toda a forma de pensar e agir do indivíduo será mero efeito da convivência social, e salvo raaaaros exemplos, ele não conseguirá escapar disso.
Aqui não temos culto à personalidade.. MAGIIIINA!

Agora o bixo começa a pegar! Pois essa premissa está claramente ultrapassada em relação aos estudos da psicologia e biologia moderna. Estudiosos e pesquisadores já constataram (e isso eu deixo para vocês pesquisarem, parem de preguiça) que o ser humano não nasce uma folha em branco e não é um produto absoluto dos meios sociais em que vive. Já que, anula-se assim, toda a capacidade de senso crítico do indivíduo. Anula-se assim, a existência do próprio Marxismo! Anula-se um zilhão de pensadores e cientistas que confrontaram a ideologia vigente no seu período histórico. Se a ordem e os valores vigentes de uma sociedade fossem sempre mecanicamente aceitos e assimilados pelos indivíduos, ainda estaríamos no Regime Feudal! Eu não tolero a negação da subjetividade do indivíduo. É muito fácil analisar uma sociedade sempre por meio de grupos e ser negligente a uma percepção sensível do caráter que as pessoas apresentam individualmente. Pois é individualmente, por meio da racionalidade e evolução pessoal, que nós temos a chance de romper com os paradigmas sociais.

Eu mesmo sou considerado por todos meus amigos exemplo MOR de uma pessoa que contraria e contesta a ordem vigente da sociedade indiscriminadamente. Vide a minha publicação mais polêmica e visitada de todo o blog. Onde, por contestar um comportamento moral-social, eu já sofri represarias de vários tipos e até recebi um tratamento diferenciado, ainda que de forma velada, por isso.

Analisar os seres humanos de modo a sempre encaixa-los em grupos é justamente o que os filósofos gregos já contestavam com as falácias sobre a generalização apressada. Que diz respeito a pressupor-se que um grupo se comporta absolutamente de uma determinada forma, apenas por que a maioria, ou 51% do conjunto apresenta esse comportamento. Como um colega conhecido meu disse certa vez:

"A sociologia é a filosofia aplicada. E a psicologia é a sociologia aplicada."

Ao ignorar as realidades individuais, muito mais complexas do que as realidades grupais, a margem de erro das analises, que ainda parecia pequena, a longo prazo, se tornaram grotescas! Afinal, isenta-se a percepção de que o indivíduo, por deliberada livre e espontânea vontade, pode escolher romper com o comportamento socialmente aceito, ainda que admitindo possíveis represarias por tal. Tais indivíduos, geralmente presam, acima de tudo, pela máxima liberdade individual ante o sistema (e ante, no momento presente, o capitalismo). Mas voltando, eu ainda não comentei sobre a incongruência mais hedionda. O famoso Mais Valia.

Pressupõem-se que os produtos, sejam industrializados, sejam manufaturados, valem exatamente a quantidade de hora-trabalho empregado neles. Talvez, em um contexto onde os trabalhadores eram amplamente explorados, trabalhando de 15 a 16 horas por dia. Talvez, em um ambiente onde trabalhavam crianças mulheres e homens e condições sub-humanas de exploração e falta de saneamento. Talvez, em um contexto onde não haviam leis trabalhistas que protegiam o trabalhador para fazer qualquer reivindicação, esse tipo de conceito se aplicaria. E talvez, nos contextos em que esse cenário é ainda reproduzido, como nas lavouras escravistas denunciadas todos os anos Brasil afora, esse conceito seja empregado.

Mas tome como exemplo simples, o Iphone. O culto à marca, o valor subjetivo empregado ao produto, o valor utilitário prático (ou não) empregado a um produto, têm muito mais peso do que a hora-trabalho empregada para efetivamente produzir-se o produto. Quando atribui-se todo o valor de um produto, como o Iphone, ao trabalho de um funcionário da uma fábrica de montagem, exclui-se o trabalho dos desenvolvedores dos softwares, o trabalho dos designers que tornaram o produto ergonômico e visualmente atraente, o trabalho do marketing que fez as pessoas cultuarem o Iphone de joelhos. Oh, vocês se lembram? Segundo Marx, trabalho intelectual não é trabalho de verdade. Ao que parece, Marx não gosta de mão-de-obra especializada, ele prefere camponeses incultos para lavrar sua ideologia barata.

Poder-se-ia contestar, que o caso do Iphone não se aplica para todos os casos. Mas com certeza se aplica para MUITOS dos casos. Não nego que sim, a mão-de-obra dos trabalhadores ainda é muito explorada, mas cada vez mais surgem oportunidades de emprego para a mão-de-obra especializada, onde o valor do empregado se aproxima cada vez mais do valor que ele realmente tem. Pois agora, com a pluralidade do mercado, as empresas precisam disputar entre elas para atrair os profissionais mais competentes, ao invés de serem os profissionais que brigam por uma vaga na única empresa que tem no mercado. Isso ocorre lentamente no Brasil, mas se aplica amplamente em outros países na Europa.

Basta observar a realidade cercante com mais atenção, e nota-se que a subjetividade que as pessoas atribuem aos produtos parece reger em boa parte do tempo, o valor desses produtos. Sem contar que o mercado competitivo, principalmente na questão da prestação de serviços. As empresas precisam moderar nos preços, senão, perdem consumidores. E se não apresentarem um serviço de qualidade, perdem espaço para o concorrente, ainda que o preço do outro seja maior.

Sem contar com diversas iniciativas de empresas terceirizadas onde todos são sócios e os lucros são repartidos precisamente de acordo com a contribuição de cada empregado. Como Cia's de designers ou desenvolvedores de aplicativos ou jogos. Em muitos casos, são amigos ou colegas de faculdade que decidem abrir o próprio negócio, onde todos trabalham na mesma proporção e os lucros (nesse caso, nem se aplicaria o conceito de lucro) são repartidos na medida que cada qual assume ou se responsabiliza por um ou outro serviço prestado.

A única coisa que rompe com a lógica do mercado competitivo, são a oligarquias e os monopólios velados. Muitas das pequenas empresas estão, de alguma forma, sendo vigiadas e controladas financeiramente nas mãos de outras transnacionais maiores. Nesse ponto, passa-se a adotar uma percepção fiel da realidade, principalmente quando se realizam estudos para mostrar exatamente como essas estruturas de dominação e controle do mercado e das financias existe a nível mundial! É sério! Confira ESSE link.

E agora chegamos a outro ponto interessantíssimo. O conflito de classes. Um molde muito inteligente sobre como a diferença social parece conduzir a um atrito inevitável às relações sociais. Dá-se da seguinte maneira. Existe uma classe intitulada dominadora-exploradora e uma classe dita dominada-explorada. De tal maneira, a classe dominadora, muitas vezes aristocrática, impõe e empurra a classe dominada sempre para baixo, em uma posição e condição sub-humana de vida. A classe dominadora pouco exerce trabalho manual, pois por meio da apropriação dos meios intelectuais, mantém a classe dominada menos esclarecida, e portanto, sem possibilidade de mobilidade social ou ação efetivamente transformadora.
Até quando?

Mas eis que surge uma terceira classe intermediária! Uma classe que ascende da situação de dominação e começa a adquirir poder político e coercivo em relação à classe dominadora. É então que a classe intermediária de une à classe dominada e por meio de uma revolução, derrubam a classe dominadora do poder. Mas sabe o que acontece logo em seguida? (segundo o próprio Marx). A classe intermediária se torna a nova classe dominadora e empurra a classe antes dominada de volta para a situação de dominação.

Tome fôlego, relaxe, descanse, e pare só um minutinho para pensar. Você provavelmente conhece um exemplo histórico muito claro de como isso se aplicou. Revolução Francesa! Sim! O Rei Luís XVI (famoso como Rei Sol) levou a população à miséria, em uma situação em que a grande maioria da população era de camponeses que viviam em estado de fome e miséria durante a crise do governo imperial. Havia a classe intermediária emergente, caracterizada pela burguesia alta e baixa, e a nobreza vivia conectada ao Rei, sempre privilegiada e amparada pela doutrinação ideológica do clero religioso. O que aconteceu? A classe intermediária (burguesia) se juntou com a classe oprimida (camponeses humildes), e derrubou a classe dominadora (nobreza). O que aconteceu em seguida? Um período negro de nove meses de terror, onde mais de 60 cabeças rolavam por dia nas guilhotinas, enfervecidas pela ira popular. Qualquer manifestação potencialmente contrária à revolução era cortada pela raiz!

Mas espere um momento! Não foi justamente essa revolução que, incendiando uma porção de outras revoluções Europa afora, colocou a tão detestada Burguesia no poder? Não foi esse o berço da ideologia Capitalista? Uma revolução, dita iluminista e inspiradora? (Tão pictorialmente representada nos nossos livros de história?) Sim, a própria, aquela que pela guilhotina, desmembrou o corpo do estado da cabeça do governo.

Eu vos pergunto. O que aconteceria se, assim como propõem Marx, a classe dominada, identificada no Marxismo como a ontológica figura mítica do Proletariado, tomasse o poder e se tornasse a classe dominadora? Mas é ÓBVIO que para haver uma classe dominadora, deve haver uma classe dominada! Se o Proletariado se tornasse a classe dominadora, isso implicaria que haveria um "Proletariado Inferior" para ser dominado! E não foi essa a lógica aplicada até hoje por todos as tentativas de se implantar o socialismo? Se o massacre e o amplo assassinato daqueles que discordam da ditadura do proletariado não for consequência direta da ideologia socialista, como explicar os genocídios praticados por Stalin, por Mao-Tse-Tung? Por Che-Guevara e Fidel-Castro? Pode-se afirmar que nenhum deles aplicou o marxismo em sua total fidelidade, mas aqui cabe-se perceber uma clara incongruência entre a suposta teoria e a prática! Ainda não vi, e pode ser meramente fruto da minha ignorância, debates buscando solucionar a notória relatividade moral do socialismo, onde não se busca perceber por quê todos os regimes socialistas foram, sempre, violentos e sanguinários. Talvez seja pelo caráter ditatorial, afinal (e isso tem forte respaldo histórico) TODA ditadura é opressora e sanguinária! Seja ditadura militar ou ditadura do proletariado.

Critica-se o capitalismo por formalizar um padrão normativo para o indivíduo por meio da ideologia e dos valores que mantém o indivíduo alienado. Crítica muito precisa e válida, por sinal. Mas é uma falha reproduzida pelo socialismo, quando ele busca formatar o indivíduo e lapidá-lo à medida justa para se adequar na sociedade socialista a força! Dá-se então a questão da coerção social, onde quem se recusa à doutrinação socialista é eliminado e executado!

A liberdade individual é igualmente reprimida em ambos os regimes, tanto no socialismo quando no capitalismo a liberdade individual é praticamente nula! Enquanto o capitalismo promulga uma falsa liberdade de escolha por meio de privilégios (basta ter dinheiro para ser dono do mundo), o socialismo não admite contestação ideológica, e nem desobediência ao estado.

Enquanto de um lado, no capitalismo o estado, por meio da maquina do governo, está sub-julgado aos interesses capitais. O estado controlador e totalitário (tipicamente fascista) dos regimes socialistas engolem a Consciência Individual por meio da Consciência Coletiva. Dessa forma, inibe-se a possibilidade de racionalização da ação. Pois a racionalidade é uma qualidade inerente ao indivíduo, e não a uma entidade grupal. Enquanto em grupo, é empiricamente comprovável que o ser humano raciocina menos quando assume um comportamento massificado, ele não contesta e se vê livre para agir de determinadas maneiras que não agiria sozinho. Admitindo-se até, cometer violências e atrocidades que não cometeria se não tivesse respaldo e apoio popularmente massificado. Eis que talvez encontra-se uma possível hipótese para explicar por que regimes pautados em uma Super-Consciência Coletiva abririam brechas para justificar atrocidades desumanas.
Cabeça fechada, não entra nada!

E para finalizar, comento algumas das clássicas considerações Marxistas, resumindo o seu conceito de ideologia, e depois, aplicando a própria sociologia marxista para avaliar os esquerdopatas:

Ideologia compõem um conjunto de ideias e valores morais que visão manter o indivíduo preso a uma forma fechada de pensar e distante da realidade, de forma a ocultar as relações de poder e dominação. São características da ideologia:

Abstração: na medida do possível, nunca se refere ao que é concreto, mas ao que parece ser socialmente.

Universalização: As idéias e valores da classe dominante são difundidas como válidas para todas as classes.

Lacuna: há 'vazios' na ideologia, que não podem ser mencionadas, caso contrário, pode colocar a ideologia em exposição que a fragiliza e a torna suscetível ao desequilíbrio e desmistificação.

Inversão: Inverte-se causa por consequência, e consequência no lugar de causa.

Aplicando a sociologia generalizadora, que permite que comportamentos massificados sejam traduzidos como inerentes e presentes em todo um movimento intelecto-cultural, vamos avaliar o comportamento padrão de um esquerdista!

Abstração: Fala-se muito sobre a classe do proletariado, sobre a figura de um empresário capitalista explorador, sobre uma classe dominada e outra dominadora, mas raramente dá-se nomes aos bois. Se existe o proletariado, mostre, exatamente, e não de forma tão abstrata e imprecisa, quem compõem esse proletariado? Quais classes trabalhadores o compõem e qual o critério utilizado para determinar tudo isso? Sem contar que por manter uma visão tão dicotômica, maniqueísta, não se admite uma visão complexa e plural da realidade. Uma visão onde percebe-se um leque de exploradores-explorados difundidos e diluídos na sociedade. Por exemplo, a consideração da figura do "patrão malvado" que detêm os meios de produção, mas ignora-se que ele também depende da força de trabalho dos trabalhadores, de tal forma, que mesmo o empresário empregador não sobrevive sem o empregado! As relações de dependência são mútuas! O empresário também pode ir a falência, caso ele não saiba administrar as financias e perca seus funcionários. Essa visão de "explorado-trabalhador-bonzinho-alma-caridosa" e "explorador-capitalista-malvado-sem-coração" é imprecisa, infantil, e só funciona em contos de fadas!

Universalização: Eu fico curioso em perceber a comemoração dos esquerdistas ao constatarem que a classe E e D está emergindo para a classe C e B, e com isso, estão tendo a possibilidade de OSTENTAR produtos que antes só os ricos tinham acesso. É estranho, pois eu pensava que o socialismo presava exatamente pelo contrário do consumismo, por meio da admissão de que é necessário se sustentar apenas com o básico, e privar-se de luxos de ostentações. Mas agora, só por que pobre pode comprar "Ai-pêde", isso é sinal de progresso ou avanço? Só por que os que antes eram menos favorecidos podem cultuar roupas de grife, isso é progresso dentro do próprio ideal socialista? Agora eu entendo por que a Dilma e o Lula só andavam de jatinho milionário e só se hospedam em hotéis hiper-luxuosos. A parte essencialmente social, sobre a crítica à ostentação consumista-capitalista, vai para o ralo quando esses esquerdopatas chegam ao poder. Talvez por isso a Heloísa Helena se desvinculou do PT quando Lula alcançou o poder, e foi fundar o PSOL.

Penso eu, é necessário reconhecer que, a priori, os problemas sociais não advém do fato de alguns terem mais e outros menos, mas por muitas pessoas não terem o suficiente. Dificilmente perceber-se-ia problemas de convívio social entre uma criança de família de classe média alta, onde a criança é bem alimentada, tem vídeo-game e televisão em casa, em relação a uma criança de classe alta, onde o pai tem casa de praia em Fernando de Noronha. A problematização da ideia de "uns tem menos, outros têm mais" talvez seja fruto da ganância, inveja, soberba e vaidade humana, que mesmo quando têm suas necessidades básicas satisfeitas não consegue deixar de invejar e almejar ter o que o outro têm, e dessa forma, aceita agir por meio da violência como forma de exercício de dominação e poder. Se fosse a necessidade e a carência EXCLUSIVAS motivações para o roubo, por exemplo, por que tantos políticos milionários AINDA se preocupariam em roubar os cofres públicos? A teoria de que a falha da moralidade humana reside exclusivamente no sistema, está cada vez mais insustentável. Passa, em grande parte das vezes, por uma questão ética, e não simplesmente social. Afinal, as diferenças sociais só diminuem, mas a criminalidade só aumenta!
"Liberdade de expressão já!!"..."Não aceito ser questionado!!"

Lacunas: Eu preciso mesmo apontar mais lacunas nessa ideologia? Ao que parece, tudo se resume a não permitir que as pessoas questionem o marxismo, que já se tornou um meio de dogmatismo intelectual. Coloca-se Marx em um pedestal que não pode ser nunca maculado, pois, senão, é questão de ofensa pessoal! Isso faz parte de um outro aspecto especial da ideologia, que é a identificação emocional com essa forma de pensar. Quando o indivíduo se deixa dirigir pela emoção de raiva, angustia, repulsa, violência e rebeldia des-referenciada, ele se torna irracional e suscetível a defender ideias que não entende ou não conhece integralmente.

Inversão: Confunde-se, algumas vezes (ou muitas vezes) o Capitalismo como fonte de TODO mal. Mas esquece-se que os males e as dificuldades de convívio humano, a desigualdade, a violência, a intolerância, o preconceito e principalmente o machismo, existiam MUITO tempo antes do Capitalismo. E nenhum desses problemas foi dissolvido por nenhum regime socialista. Portanto, é uma questão mais sobre como melhorar o ser humano, do que sobre mudar o regime vigente. Tendo isso em vista, o capitalismo é o AUGE da exploração do homem pelo homem, é produto de séculos de evolução de um sistema escravista e dominador. E essas situações de exploração não surgiram com o capitalismo, mas se estabeleceram mais firmemente nele! O capitalismo é consequência da ganância humana e não causador da mesma.

Pode ser uma analise bruta. Com certeza não é o texto mais rigoroso que eu já tenha escrito, principalmente por que eu admiti uma postura radical, o que não e do meu feitio. Mas eu assumi o caráter e o personagem necessário para criticar sem escrúpulos, uma corrente ideológica que me incomoda há tempos! Como sempre digo, não me defino como Anarquista, pois seria contraditório ser Anarquista e admitir até mesmo o rótulo de Anarquista. Mas é bem como eu pareço ser mesmo. Eu sou tão "anti-capitalista" quanto "anti-socialista" ou "anti-comunista". Não adianta vir me xingar de coxinha, olavete, nem nada parecido.

Para esclarecimentos maiores sobre por que o Marxismo é tangível a críticas e falível, eu sugiro a leitura de dois pensadores. Mikhail Bakunin e Pierre-Joseph Proudhon. Leiam, e tirem suas própria conclusões. Não se limitem pelas minhas palavras aqui, e nem pensem que os meus argumentos se encerram aqui. Eu poderia escrever outro texto só sobre o assunto. Mas eu preferi aproveitar que estava há muito tempo sem escrever, e presenteei o blog com um texto que vale por 5 ou mais! Boa noite, até mais!