ALERTA VERMELHO!
ALERTA VERMELHO!
RISCO DE RELATIVISMO MORAL!
RISCO DE CONFRONTO COGNITIVO!
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"Calma, confrade! Nós chegamos e está tudo bem agora!" |
Caso você seja um dos "confrades da real", você está sob sério risco de lidar com um texto que em nada vai te agradar. Mas não se preocupe, guerreiro, eu não vim aqui desmentir as palavras de seu grande guru\mestre\sábio\filósofo Nessahan Alita (não integralmente), mas trazer uma perspectiva ainda mais ampla e REALISTA sobre a questão como um todo.
Eu tenho tanto, mas tanto para dizer, que eu mal sei por onde começar (com vocês). Acho melhor começar com o "precursor" do seu grupo.
Nessahan Alita: seu nome real é Cleber Monteiro Muniz, casado, licenciado em Geografia e especialista em Abordagem Junguiana. Autor de "Magnetismo nas Relações Sociais" (Livro que eu altamente recomendo) e o infame "Como Lidar com as Mulheres".
Sobre a primeira obra que aqui citei, eu considero um excelente texto abordando a forma como as pessoas são manipuláveis por meio de suas paixões e aversões. É um livro que todo Realista deveria de ler com atenção e senso-crítico afiado para, então, observar se ele mesmo não está sendo manipulado para aderir uma 'causa' ou 'doutrina' por meio de uma hábil manipulação de suas aversões e paixões. Em realidade, penso eu, a maioria dos "Realistas" dão pouca senão nenhuma atenção a esse obra, pois acredito que se de fato fizessem, eles não estariam no grupo da Real.
O segundo livro que citei - Como Lidar com as Mulheres - é um interessantíssimo estudo, embora tenha seus altos e baixos (cientificamente falando), sobre o comportamento do Inconsciente Feminino dentro de uma relação amorosa. É aqui que eu começo a minha prosa, de verdade. Alita se empenha em estudar e qualificar muito bem as artimanhas emocionais, chantagens psicológicas e outros recursos de manipulação que (sinceramente) a maioria das mulheres utilizam, na maior parte do tempo, sem reconhecer que assim procedem. Se trata de reflexos do inconsciente e subconsciente, que alternam no papel de vítima e algoz, transformando a "vítima" (a mulher), em um ser de difícil convívio amoroso. Mas o próprio Alita enfatiza, que tal não é razão de demonizar as mulheres a ponto de pensar que elas assim fazem por maldade. É matéria de reflexão. Ele mesmo enfatiza que o livro deve ser lido com bom humor e senso crítico, não com olhar revoltoso e vingativo (como fazem os Realistas ao empurrarem esse livro para quem acabou de sair de um relacionamento conturbado).
Para explicar melhor, vou dar uma breve explicação sobre o que de fato É o Inconsciente, o Consciente e o Subconsciente que tanto menciono.
Inconsciente: São as ações mecânicas, ou, os comportamentos que assumimos sem consciência plena de suas motivações. Em grande parte, as pessoas pensam que o inconsciente se resume a funções vitais ou estritamente anatômicas, como o impulso sexual, o impulso à sociabilidade; mas se estende às formas-pensamento que são impostas pela religião, pela cultura e pela doutrinação social. Os valores morais aceitos sem a devida digestão ou reflexão sobre os mesmos. Ideias e pensamentos fixos, os quais tememos questionar. Todo (falso) moralismo por assim dizer, pertence ao Inconsciente. Pois são construtos psíquicos que foram IMPLANTADOS em nós. Sim, a religião é IMPLANTADA, o senso de obediência ao um ESTADO também não nos é natural, mas construído na nossa formação. Tudo o que faz parte de uma cultura e que nunca buscamos questionar são parte do Inconsciente (POR FAVOR, GUARDE ESSA INFORMAÇÃO).
Consciente: São as ações que tomamos baseadas nas nossas concepções de mundo, de forma lúcida e sob as quais possuímos absoluto controle. Levando em conta a definição de Inconsciente, Consciente é o avesso daquele. Perceba assim, que é algo RARÍSSIMO de se encontrar. Pois 99% do tempo, 101% das pessoas estão agindo, mecanicamente, de acordo com os valores que foram IMPLANTADOS nelas, por meio da lavagem cerebral das escolas, dos "valores familiares", da religião e do moralismo. O pensamento legitimamente livre, é aquele que desperta a verdadeira Consciência há muito adormecida na humanidade.
Subconsciente: É o melhor amigo do Inconsciente. Embora muitos pensem o contrário (por conta da associação geralmente feita de: Inconsciente - Id, Consciente - Ego, Subconsciente - SuperEgo), o Subconsciente é aquele que nos mantém aprisionados no estado de inconsciência. Portanto, é o controlador SIM, mas essa forma de exercer controle, geralmente, nos induz ao sentimento de culpa, ao sentimento de fragilidade e, com isso, nos induzindo de volta aos mesmos conceitos engessados do Inconsciente. Ele nos induz à imobilidade e à incapacidade de mudar nossa condição de vida, ou mesmo a nossa perspectiva de mundo.
Eu trouxe esse recorte, bem
especial sobre esses conceitos, que servirá para atender aos objetivos do texto. Se eu fosse esmiuçar a nuances de cada um (Inconsciente, Consciente e Subconsciente), daria para escrever um livro! Mas voltando ao foco, Nessahan Alita descreve com boa precisão o Inconsciente da identidade de gênero Feminino. Cito "identidade de gênero", pelo fato de que qualquer indivíduo identificado com o gênero feminino (independente do seu sexo anatômico) é capaz de apresentar os mesmos
sintomas descritos por Alita em seu livro. Mas isso não é tudo.
Sendo parte de uma construção social, tanto a identidade de gênero, quanto os defeitos que a ela são atribuídas, são dissolvíveis e contornáveis. Uma mulher que se percebe, conscientemente, estar manipulando ou aplicando jogos emocionais com seu parceiro, adquire assim a possibilidade de mudar a sua atitude e, com isso, deixar de exercer aquele tipo de papel em uma relação.
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"Sinta o poder do meu moralismo conservador!"
"Eu sou tãaao realista!" |
(PAUSA: Eu tenho de admitir. A linguagem do texto está bem acima da padrão e isso não é a toa. Isso serve para testar o leitor e peneirar quem vai aguentar ler o texto até o fim. É um texto denso, sim. Eu escrevo com essa robustez por opção. Eu poderia fazer a minha prosa muito mais clara e objetiva, mas ao mesmo tempo rasa e facilmente confrontável. O meu objetivo não é "vencer pelo cansaço", mas desafiar o leitor e ler mais e estudar mais sobre os assuntos que abordo aqui)
Eu destaco dois "defeitos" no estudo de Alita:
1. Adotar um referencial científico tendencioso e falível, tal como é a sociobiologia, que consiste em um Darwinismo Sociológico (de baixíssimo rigor científico) em prol de justificar ou explicar o comportamento sexual dos homens e mulheres em sociedade. Eu já detonei todas essas teses
aqui,
aqui e
aqui.
2. Ahhh rapaz! É muito conveniente atacar exclusivamente as mulheres, os defeitos, os problemas e situações por quais elas fazem o (oh! pobre coitado) homem enfrentar, e ignorar que os homens também tem o próprio Inconsciente, igualmente difícil de se lidar! As relações amorosas são difíceis para ambos os lados e, ideologias sectaristas (machistas) só tornam as coisas ainda mais complicadas para ambos os lados!
Descobriram que as mulheres são humanas e têm seus defeitos, e fizeram disso a maior descoberta do último século. Fala sério! Descobriram que o modelo moral imposto à sociedade não condiz com a realidade (ou mesmo à natureza humana). E estão, de todas as formas, tentando fazer a realidade se encaixar com a teoria (que de científica não tem nada!).
Sim, chutei o balde mesmo. Cansei de ser bonzinho e de passar a mão em masculinista alienado com a realidade. Aliás, se vou continuar falado sobre o assunto, é melhor mostrar o maniqueísmo conveniente que Alita assumiu. Ele fez um trabalho muito bom, mas ao mesmo tempo parcial. Sobre ELE, nada tenho a reclamar, pois ele mesmo enfatiza repetidamente a necessidade de se ler seus estudos de forma crítica, sem dogmatismos e sem tomar suas palavras como verdades absolutistas. Outra coisa que ele menciona e todos os "realistas" parecem ignorar, é o fato de que ele NÃO apoia a formação de grupos sectarios baseados nos estudos que ele apresentou (ou seja, ele não apoia a formação de grupos como o da Real).
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Tem ideia de quem eu seja, "confrade"? |
"Especialista em Abordagem Junguiana". Maneiro, quantos de vocês, realistas, já estudaram Carl Gustav Jung? De acordo com a psicologia de Jung, existem dois arquétipos do Inconsciente coletivo humano, representados pelos gêneros Masculino e Feminino (nota que há uma distinção entre o gênero e o sexo anatômico). Ao masculino, são atribuídas diversas qualidades ditas masculinizantes, predominando a Atividade, a Projetividade (projeção), Racionalidade, a Razão e a Robustez. Ao Feminino, as qualidades femininas que complementam o outro lado do masculino: Passividade, a Retidão (absorção), a Emotividade (sentimentalismo), a Intuição e a Delicadeza (minucia, cuidado, habilidade).
Mas a coisa não para por aí, não! Segundo Jung, todos indivíduos, independente de seus sexos anatômicos (independente de nascer com piu-piu ou com perereca), são psicologicamente bissexuados. Ou seja, um ser humano saudável deverá ser capaz de equilibrar, em seu íntimo, características e qualidades tanto femininas quanto masculinas. Para tanto, isso significa que o extremismo é indesejado e, invariavelmente, conduziria não apenas os indivíduos, mas a sociedade ao desequilíbrio. Essa deve ser, consideravelmente, a razão por que as relações erótico-afetivas são tão conflituosas e complexas. Afinal, quando dois indivíduos são impelidos a desenvolverem qualidades tão contrárias e antagônicas e perseguir o ideal de serem o exato oposto um do outro, a convivência se torna penosa e conflituosa. Um, não é capaz de compreender o lado do outro. E para tanto, surgem livros e livros tentando prover fórmulas para conviver em casal, quando a solução deveria ser buscada a nível individual. Cada indivíduo deveria ser capaz de equilibrar essas qualidades e características dentro de si, antes de buscar suas "cara metades" em um universo que nada compreendem (o hemisfério oposto), por terem se colocado, arbitrariamente, em um dos extremos.
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Taoismo pah que te quero! |
Sobre as questões duais eu já expliquei melhor em
outro texto. Admitir a dualidade do
indivíduo faz parte do processo de amadurecimento do próprio ser humano. Assumir apenas uma das faces significa permanecer incompleto e fadado a não se sentir pleno, muito menos, ao lado de outro indivíduo. Mas isso os realistas não aceitam, pois pensam que essa é parte da conspiração que quer violar o seu posto de
ultra-viril, emasculando o homem.
Na sociedade atual, depois de mais de um século de feminismo ativista, à mulher é tolerado um comportamento mais flexível e livre. Ela é permitida aderir características masculinas, tal como o empreendimento, a liderança, e a agressividade, até. Mas isso se dá pelo fato de elas terem a oportunidade de conquistarem, aos poucos, o espaço masculino para explorarem o "outro hemisfério" - o hemisfério das qualidades masculinas. As mulheres estão, proporcionalmente, se permitindo mais. Hoje em dia, já é comum ver grupos de jovens mistos - garotos e garotas, homens e mulheres - como algo natural. Em detrimento de que, há poucas décadas, as amizades eram sectárias até mesmo em relação ao sexo anatômico. Homens só se relacionavam com mulheres,socialmente, se fosse a título de vínculo profissional ou interesse sexual/afetivo.
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Vem ser meu jogador numero dois? Vem?! |
Existem mulheres que jogam videogame, e isso é
natural. Existem mulheres que beijam outras mulheres, mas isso só as faz serem ainda mais desejadas! Enquanto que se um garoto ou homem assume
qualquer característica tida como
feminina, ele é martirizado, ridicularizado, estigmatizado e é
tratado feito mulher.
Esse será o primeiro de muitos textos que vou escrever para mostrar os pontos cegos da ideologia
da real. Meu texto de inauguração sobre o assunto é
esse.
Caso queira acompanhar meus textos de publicações, curta:
Gunter Brian