"É preciso a coragem de ser um caos para gerar uma estrela dançarina." - F. Nietzche.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Masculinistas da Real

Você sente o efeito deles, mas nem sempre entende de onde eles vêm. Machos convictos, fortes (???), homens preocupadíssimos com o auto-desenvolvimento e o empoderamento dos alfas-viris. Sim, eles mastigam feministas junto com o cereal do café da manhã. Peitam feminazis - gordas pelancudas - e sempre têm um gilete preparado para enfrentar o socavo cabeludo de uma militante selvagem da FEMEM.
Sigam-me confrades! Vamos ao ataque!
São eles, os temíveis Machos Realistas. Machistas convictos, proferem seu ódio a qualquer forma de defesa à mulher, como se fosse um ataque contra os homens. Defendem uma visão romantizada do machismo, onde eles seriam nada além de nobres guerreiros defensores da família, guardas vigilantes da sociedade e inestimáveis bons partidos por quais todas as mulheres deveriam disputar.

Não é raro vê-los por aí, na internet. (Exatamente onde todos têm a liberdade de criar uma versão P.I.M.P. de suas próprias vidas) São encontrados com facilidade na sessão de comentários de blogs feministas (ou qualquer coisa que pareça feminista ou esquerdista). Vociferam ódio, repulsa, descontentamento, frustração e fúria contra todas as formas de expressão de ódio contra os homens. Têm palavras como esquerdalhas, idiotas úteis, feminazis, manginas e misandria na ponta da língua (ou melhor, dos dedos). 

A zueira e a falta de seriedade começa quando a imagem de capa de um de seus grupos de apoio e doutrinação no facebook é um exércitos de homens gays. "O que? Os guerreiros de Esparta? Gays?" Não que isso seja um problema (para qualquer humano descente, não é), mas para eles - machos viris - deveria ser. Os guerreiros espartanos são historicamente famosos por sua cultura masculinista, sim, mas também homossexual! Eles defendiam que o amor só poderia existir entre guerreiros e, portanto, suas esposas serviam apenas para procriação. Os garotos eram forçados a aderir o treinamento militar com sete anos e, comumente, era razão de grande orgulho para um pupilo jovem ser abusado sexualmente pelo seu mestre ou veterano.
Oh! Como ele ousa? Defenda-me Doutrinador, defenda sua podre e indefesa donzela!
Ah, sem dúvida. Se tem uma coisa sobre a qual os masculinistas da real não entendem, é sobre história. Eles criaram uma versão própria da história, onde eles se colocam na posição de nobres defensores do lar e mártires de guerra contra a opressão da nossa sociedade feminista (???) que só beneficia as mulheres e prejudicam aos homens, sem exceções.

Criaram sua própria linguagem interna:

Mangina: Man + Vagina (Homem Vagina). São os famosos lambe-salto. Rapazes que fazem tudo pelas suas amigas por quem eles morrem de amores, mas não têm coragem de assumir o que sentem (pois conhecem, premeditadamente, que serão rejeitados). Eles de fato existem, mas são os mesmos que os próprios masculinistas defendem em outras páginas quando vociferam contra as mulheres que deixam seus guerreiros nobres caírem na friendzone (uma espécie de limbo dos relacionamentos afetivos). Coerência mandou lembranças!

CSP: Capitão-Salva-Putas. Qualquer homem que encane de namorar (ou ainda casar) com alguma mulher que já foi rodada no mercado. A velha separação entre putas e mulheres para casar. Pois eles preferem mulheres sem qualquer experiência sexual pois, assim, elas não poderão comparar seu desempenho com o de nenhum outro homem. Portanto, eles não terão motivos de inseguranças sobre seus membros minúsculos nem sobre sua falta de potência libidinal. Não gostam de competição e assumem que mulheres de verdade só fazem sexo para agradar seus maridos (já que eles só se importam em satisfazer seu próprio prazer, sem espaço para o prazer feminino na relação). Uma troca justa, não é mesmo? Ele provém dinheiro, conforto e proteção, elas provém sexo, filhos, casa arrumada e jantar na mesa. Justo - só que nunca!

M$OL: Mãe solteira. O cifrão no meio da sigla serve para indicar que uma mãe solteira é nada além de uma vadia que foi largada por um cafajeste que não teve cara de pau de assumir o filho. Aceitar criar o produto do esperma de outro homem, significaria se rebaixar ao status de homem-beta, portanto, inferior. (Ignorando o fato de que metade dos genes da criança vieram da mãe, a criança passa a ser uma propriedade autoral exclusiva do saco escrotal de seu progenitor)


Eu poderia continuar fazendo minha análise e estudo de caso, mas prefiro voltar a falar mais sobre esse grupo curiosíssimo mais para frente. Por enquanto, eu aproveito o fato de eu estar infiltrado em seus grupos, para mostrar algumas das pérolas que coletei naquele grupo. Essa, a princípio, é sobre uma polêmica que foi levantada no grupo sobre as M$OL's.

A discussão na publicação se estenderia ad infinitum, mas apenas com essa pequena amostragem já é possível perceber como é o patamar das discussões filosóficas desse grupo. Ainda vou escrever melhor sobre seu suposto precursor, Nessahan Alita, entre outras pérolas do grupo e sua atuação, até mesmo nesse blog!

Se querem uma amostra do que esse tipo de ideologia é capaz de fazer, observem os comentários de uma das minhas publicações mais agitadas, sobre uma compilação de tirinhas de uma página de facebook.

Para quem se interessar em entrar para conhecer os grupos, apresento aqui: Filosofia da Real, que é um espaço de preparação mirim para os que vão entrar mais tarde no grupo da Metendo a Real. Mesmo que você não se interesse em entrar (já que apenas homem são permitidos nesses grupos), eu recomendo que dê uma olhada na relação de membros. Veja se seu namorado não está lá (e caso ele esteja, eu ainda vou escrever um texto que te convencerá a largar de uma vez por todas esse relacionamento de merda), ou ainda, entenda por que aquele seu amigo fala tanta besteira impensada, descobrindo que ele faz parte, na realidade, desses bizarros clubes do bolinha.

Em continuidade a esse texto, já escrevi os primeiros rabiscos da Antologia da Real.

Caso queiram acompanhar meus textos, curtam minha página: Gunter Brian

7 comentários:

  1. Consertando meu ultimo comentário... É triste e bizarro ainda compôr um tipo de agrupamento desta estirpe. O pior são as mulheres que morrer de amor por caras assim. Sei lá. Me dá um certo desânimo, não vejo muita solução. A solução está com as mulheres que precisam parar de terem eles como o homem ideal. Lembro-me daquela personagem da Escolinha do Professor Raimundo que falava. Eu gostchio!!! Aquilo já me irritava... pegada é bom, porrada não!!!

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  2. Esse tipo mostrado no texto ainda é muito caricato, absurdo, pois se vale do anonimato da internet pra falar coisas que não tem coragem. Eu, particularmente, acho pior quando esse tipo de pensamento vem de um amigo ou um parente, colega de trabalho... E o cara ainda te olha torto se você não corresponder a seus olhares de 'não tô certo, irmão?'. Pergunto logo como ele vê a própria mãe, se é que tem (olhares de reprovação pra mim)... Enfim, machistas não percebem que o machismo é uma desgraça pra sociedade, uma arma na cabeça das mulheres e uma armadilha pro próprio homem, pois se não se encaixar (UIA!) em seus próprios padrões medievais, vai ser considerado uma mulherzinha ou um gay (como se fosse o defeito que eles acham que é). Sou feminista mesmo, sou pró-LGBTS (acho que está assim hoje em dia) e só fiquei pensando no brucutu do texto com o poeta, ou melhor, pensador Gabriel:
    "Sai de baixo que eu sou macho,
    Que eu sou muito macho,
    Pelo menos eu acho.
    Macho não vacila, macho arrasa.
    Macho não leva desaforo pra casa.
    Macho é isso, não brinca em serviço.
    Macho é robusto, macho é roliço.
    Macho é parrudo, macho é pescoçudo.
    Macho é poderoso, macho é tudo.
    Macho é o que há, e eu gosto muito, rapaz.
    Macho é lindo, macho é demais (...)"

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    1. você nem sabe o que a palavra machismo significa e fica escrevendo merda.
      O macho da música é o cafajeste e mentiroso, o tipo que faz filho em mulher e vaza. o tipo que pega uma mulher diferente por noite e tá pouco se fudendo. A Real nunca incentivou a ser cafajeste e promíscuo, mas pelo jeito, da mesma maneira que o dono desse blog fudido, vocês só vêem o que vocês querem.

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    2. "A Real nunca incentivou a ser cafajeste e promíscuo, mas pelo jeito, da mesma maneira que o dono desse blog fudido, vocês só vêem o que vocês querem."
      Como não? Metade do que vocês postam é sobre como ter muitas mulheres aos pés e muitos dos caras incentivam a isso, inclusive o próprio Silvio Koerich. Quem não quer enxergar é você, moleque...

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    3. Tem uma postagem acima que diz que tem que pegar M$ol só pra "marmitar". Meu caro anonimo de cima... Ai vai me dizer que isso não é "cafajestagem"? É honrado para um homem sair com uma mulher que tem familia, expor as crianças dela á uma mãe que é só "usada e jogada fora"?

      Será que esse cara é realmente um machista decente e que deve ser feito de "heroi"? Me poupe seu merdinha apoiador de lixo da real. A Real apoia, incentiva e empurra os homens a serem cafajestes.

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  3. usar a palavras magicas como misoginia ou patriarcalismo pode, mas misandria não... ai entender.

    e olhe que não sou machista, mas é mais que obvio que boa parte das feministas perdem a noção de tempo e espaço e passam a atacar todos os homens como se estivessem em um caldeirão só.

    Como para toda reação há uma reação, para meia duzia de loucas sem noção, há meia duzia de loucos sem noção.

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  4. há um erro classico ao afirmar que era orgulho ser abusado! não era! os escravos eram abusados. a posição passiva era uma posição de submissão portanto inaceitavel entre os homens livres. um homem livre abusado era motivo de grande vergonha

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