"É preciso a coragem de ser um caos para gerar uma estrela dançarina." - F. Nietzche.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

A Ditadura da Informação

André Dahmer
Qual é o montante de informações que acumulamos diariamente? Redes sociais, jornais televisivos, e aquele acumulo abusivo de notícias pseudo-científicas (bem ao modelo do Portal Terra). O mundo moderno, globalizado torno impossível a digestão eficiente de qualquer informação que recebemos.

Bombardeados com notícias de miséria, desemprego, gato de duas cabeças, pesquisas norte-americanas "comprovando" que quem dorme mais tarde é mais inteligente; a nossa geração vive uma fase imbecilizante. Não estou colocando tal como regra, mas é notável perceber a memória fraca de quem ainda se surpreende com notícias velhas, ou mesmo repetidas.

O ESPETÁCULO NÃO PODE PARAR!

Desde a escola, somos condicionados a guardar um montando grande de informações, de modo a despeja-lo em um questionário chamado prova (que não funciona como prova de rendimento real, nem de inteligência). A velha tática de recompensar apenas aqueles que são mais eficientes em aprender e reproduzir algorítimos, do que os que são capazes de questionar o conhecimento. Sempre que um aluno teima em questionar demais o professor, ele se torna um aluno problema.
Neil deGrasse Tyson
"Quando o estudante cola na prova, é por que o sistema valoriza
notas mais do que o estudante valoriza o aprendizado." - Neil deGrasse Tyson

O SENSO CRÍTICO RARAMENTE É ESTIMULADO.

Já passamos da Era do Conhecimento, e estamos possivelmente tendendo para um regresso em direção à Era da Informação. Por que regresso? Valoriza-se demais a capacidade de se manter "antenado" com os variados assuntos, e valoriza-se de menos a capacidade de fazer analises críticas em relação à informação que se adquire. Vulgariza-se o conhecimento, por meio de textos de fácil digestão e idéias que raras vezes são efetivamente questionadas.

A propagação veloz dos HOAX's está ai para provar o modo como as pessoas nem mesmo fundamentam a informação que divulgam, antes de espalharem os absurdos mais sem noção do mundo! Meu apelo é simples. Desacelere. Relaxe, e busque ter mais atenção com o que lê ou divulga desnecessariamente. Eu vejo muita dialética invertida, e muitas pessoas apoiando causas e ideias sem entender por que realmente está lutando. Paz, Amor, e uma sombra num fim de tarde para ler um bom livro, sossegadamente!

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Decifra-me, ou devoro-te!

_Que fazes em meu reino, reles mortal?
_Q-quem, eu?
_Sim! Caso queira atravessar essas terras, terá de decifrar meu enigma!
_Ah, se for aquele lance lá das quatro patas pela manhã, duas pela tarde, e três pela noite, pode esquecer que eu já sei qual é a resposta. É o HOMEM!
_Engana-se, mortal. Meu enigma é a minha própria forma. A resposta, está dentro da tua forma!
_Mas hein?
Cabeça de mulher, corpo de leoa. O mito geralmente é associado ao Antigo Egito, mas pode ter raízes ainda mais profundas! Estudando sobre as esfinges, Pierre Weil encontrou referências a essa figura mitológica em culturas como a Persa, Assíria, Grega e outras mais. Combinando sua ciência tipicamente cartesiana a conhecimentos esotéricos como a Cabala Hebraica, o Tarot, os Vedas Hindus e a Bíblia, ele conseguiu perceber na Esfinge um modelo ideal de microcosmo do homem.

Tomando como base a esfinge quaternária, ela seria composta por 4 animais. Patas de Boi, Corpo (tórax) de Leão, Asas de Águia, e Cabeça de Humano (mulher).

Os três primeiros animais seriam representações de diferentes níveis de inconsciente humano. Enquanto a cabeça humana representaria a Consciência humana, desperta. É desse modo que Pierre Weil avalia a divisão da psique humana. Existe o estado de Consciência (sobre o qual eu comentei no texto anterior) e o estado onde estamos geralmente imersos, de Inconsciência.

Freud foi muito eficiente em descrever o inconsciente humano, mas aparentemente, cometeu o engano de acreditar que é impossível transcendê-lo. Desse modo, analogamente aos animais classificados, podemos estabelecer relações entre o Id, Ego e Superego, e os animais descritos por Pierre como o Boi, o Leão, e a Águia.


O BOI:

O inconsciente dos prazeres carnais. Preguiçoso e luxurioso, ele busca satisfazer seus impulsos, assim como é o Id de Freud. Rege as atividades sensoriais mais básicas como o conforto e o impulso sexual. O boi também gosta de comida, ou de qualquer coisa que satisfaça prioritariamente o corpo e seus desejos! Domina os instintos de sobrevivência. É o primeiro a entrar em alerta, caso a vida do dito cujo humano esteja sob potencial ameaça.

O LEÃO:

Soberbo, o Ego humano gosta daquilo que te satisfaz por meio das emoções. É o centro do EU, aquele que pensa primeiro em si e nas suas satisfações emocionais/sentimentais. O leão ama, o leão se envaidece, o leão gosta de escutar uma boa música. O leão gosta de bossa nova, de paisagens belas, tudo o que agrada o seu íntimo, tudo o que te dá uma satisfação interior. O leão, algumas vezes, censura o Boi, que só quer saber de felação e conforto. O leão quer trazer para si aquele ar de nobreza, precisa se sentir elevado, importante, privilegiado!

A ÁGUIA:

Asas para imaginação, pensamentos ao alto! O superego julga e analisa tudo criticamente. Um intelecto exacerbado, erudito, culto, e que se vangloria por um QI avantajado. A águia é o animal da inconsciência na racionalidade. Sim, é possível ser inconsciente ao ser racional, principalmente, quando chega ao extremo de ceticismos egoístas e mesquinhos. O ímpeto de pensar que é superior, ou que sabe mais do que qualquer outro, são traços característicos da águia. Fechada em seus conceitos e ideias pre-concebidas, dificilmente se abre para o novo. Dificilmente se permite conhecer ou entender o ponto de vista do próximo. Autoritária, é uma das expressões mais perigosas da Inconsciência, justamente, por ser muito confundida com a Consciência.

O CORPO E OS ANIMAIS:

A esfinge pode ser encontrada em nosso próprio corpo, por meio de um estudo da linguagem corporal. Cada animal desses, ganha uma posição de expressão em nosso corpo. O boi tem seu centro motor localizado nas quadris. Movimentos do quadril, podem indicar as intenções positivas ou negativas de um boi. Um quadril travado, ou ocultado por algum objeto, pode indicar um instinto de auto-preservação. O leão tem seu centro motor no tórax. Um tórax erguido, avantajado, pode revelar um Ego soberbo que busca se afirmar ou se colocar na posição de superior. Enquanto um tórax murcho, pode simbolizar um Ego enfraquecido, que tolera se submeter aos Egos alheios. Já a águia, não poderia estar em outro lugar se não na cabeça. Uma águia que segue baixa, olhando para o chão, está sujeita a ser influenciada pelos fatores exteriores. Uma águia que segue erguida, mostra domínio e controle sobre o ambiente.

Geralmente, transitamos entre momentos em que estamos satisfazendo um desses três inconscientes. Desse modo, teríamos pouco, ou quase nenhum controle sobre a nossa expressão corporal. Enquanto que, em estado de Vigília e Consciência, seriamos capazes de escolher o fluxo por meio do qual alimentaríamos cada um dos nossos inconscientes.

Não é a minha intenção aqui descrever os pormenores de cada um desses animais que vivem dentro da nossa psique, e que são tão bem representados pelo mito de Esfinge. Mas se me permitem, indico dois textos: O Corpo Fala - Pierre Weil, e Esfinge: Estrutura e Mistério do Homem, mesmo autor. Boa noite!

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O TEXTO MAIS PERIGOSO DE TODOS

Isso não é uma brincadeira. Esse texto não é irônico, mas carrega consigo informações e ideias que você, leitor, vai apresentar GIGANTE resistência para assimilar. Mas não se preocupe, eu vou elucidá-lo em torno do processo, basta você ter coragem para tal.
Shhhhh!!

Antes de mais nada, acho que seria interessante revisar alguns dos outros textos do meu blog. Textos que contribuem para perceber como os dualismos são meras ilusões criadas para nos prender em falsas dicotomias, veículos de aprisionamento mental e intelectual. Prisões como são as ideologias e rótulos, que limitam a nossa percepção sobre a realidade. Observar como o estado é um dos principais veículos de dominação e repressão da nossa expressão enquanto entidades individuais. E por último, perceber como a intelectualidade academicista não nos ajuda a escapar da ignorância. Já que pior do que a ignorância, é a falsa sensação de conhecimento (e a falsa sabedoria).

Como já devem ter percebido, não é um simples texto, mas vários textos em um só. Eu trabalhei muito conscientemente para compor essa malha de textos que se interconectam e se comunicam mutuamente. E o tema de hoje é, o ser humano, o estado, a sociedade, o mundo e, de forma bem pretensiosa, o único caminho que eu enxergo para curar o mal da humanidade.

Fome, peste, miséria, violência, estupros, assassinatos, repressão, roubos, catástrofes naturais, corrupção, manipulação... O que tem de errado com o mundo hoje em dia? O mesmo que teve de errado há milênios. Ele é habitado por seres que se auto-denominam Conscientes, sem nem ao menos entenderem o que significa estar e ser consciente!

Descartes cometeu um erro crasso ao afirmar que "penso, logo existo". Essa percepção do homem, como entidade pensante, capaz de, ó, elaborar raciocínios e compor idéias e teorias, de modo a colocar-lo numa posição superior à dos animais, é a principal causa de todos os males humanos. Como isso? Pois bem, vou mencionar o primeiro tabu do texto. Light, mas ainda assim, um tabu:

O PENSAMENTO É A RAIZ DE TODO MAL!

Como isso? Psicologia cognitiva. Tudo o que falamos ou fazemos, é repercussão do que pensamos. Vou criar um gráfico para explicar melhor:
Sim, eu desenhei no paint. Com licença!

São os 3 níveis da expressão do Ser Humano. No cerne mais interior, estão os nossos pensamentos. Todos os nossos conceitos, opiniões, e mais, muito mais. Todos os mínimos pensamentos e reações internas a respeito de uma situação, se enquadram nesse contexto. E, diferente do que muitos imaginam, nossos pensamentos são REAIS. Eles compõem parte da REALIDADE e da NATUREZA, e de tal modo, eles também interferem até mesmo na realidade dita concreta, física.

No segundo nível de expressão, está a nossa expressão linguística. Pode ser por meio da escrita, ou por meio da oralidade e, ainda, por meio da expressão corporal. Mostramos as nossas ideias, mesmo de boca fechada (por meio do corpo). Aqui, a expressão antes fechada ao universo mental, ganha um pouco mais de consistência, por meio da propagação de ondas. Também, atinge o ouvido ou os olhos de outra pessoa que pode vir a carregar ou não aquelas impressões no próprio corpo mental.

Por último, existe a expressão mais densa e notória, as nossas atitudes. Essas, podem edificar ou destruir. Matar ou Salvar. São, SEMPRE, repercussões daquilo que pensamos, mas podem concordar ou não com a nossa oralidade. É a famosa hipocrisia, falar uma coisa, mas fazer outra. Mas acredite, na hora H, por mais que o discurso de uma pessoa seja bonito e inspirador, ela mostra quem ela realmente é por meio das atitudes.

Juntando todos os fragmentos, eu pontuo outras afirmações perigosas:

TODOS OS PIORES CRIMES COMETIDOS CONTRA A HUMANIDADE, ANTES DE SEREM PRATICADOS OU ACONTECEREM, SURGIRAM POR MEIO DOS PENSAMENTOS. NA ESFERA MENTAL, ELES GANHARAM CORPO E FORMA. POR MEIO DO DISCURSO EMOTIVO E HIPÓCRITA, GANHARAM ADESÃO. ATÉ O DIA QUE SE EXPRESSARAM FISICAMENTE, POR MEIO DAS AÇÕES DAQUELAS QUE PRATICARAM OS CRIMES MAIS HEDIONDOS.

Eu sei qual exemplo você, caro leitor bem informado, associou a essa explicação. Sim, o Nazismo é um exemplo clássico, mas as repercussões e implicações desses fatos pouco relatados, está muito mais próximo e onipresente do que você poderia imaginar.

Voltando um pouco na prosa, o que significa ser Consciente? É ser racional? É passar madrugadas pensando e pensando sobre os problemas do mundo? Vocês consideram que eu, autor desse blog, acumulei ou atingi esse tipo de percepção, por meio de livros ou noites e dias perdidos dedicados exclusivamente a pensar? Lamento informar que é justamente o CONTRÁRIO. Eu postulo aqui:

O PENSAMENTO É UMA DOENÇA. A MENTE É A NOSSA MAIOR INIMIGA.

Todas as doenças, sem exceção, começam pela mente. Mesmo as viroses e infecções, são contraídas por culpa de um sistema imunológico fragilizado. Essa é uma realidade difícil de engolir, pois a sua vida inteira você foi criado para valorizar-se por meio da intelectualidade e do pensamento, mas isso é uma ilusão tão poderosa e magnética que nos aprisiona. É um dos últimos estágios que nós precisamos ultrapassar para nos encontrarmos com qualquer percepção concreta sobre o REAL.

OS PÁSSAROS QUE VIVEM PRESOS EM GAIOLAS, PENSAM QUE VOAR É UMA DOENÇA.

Transcender a dependência de linguagens e teorias para conhecer a realidade é um caminho dificílimo, mas caso não queira trilhar-lo, terá de reconhecer sua debilitante visão de mundo. Permeados de falsas dicotomias e maniqueísmos que te impedem de conhecer a vida de uma forma mais complexa e, portanto, mais próxima da realidade.

Mas EI! O que significa ser Consciente? Significa entender que você não é o seu corpo, nem a suas emoções, nem mesmo a sua mente. Você é o que observa tudo isso, a uma distância. Experimente você, perceber-se como algo alheio aos próprios pensamentos, como um expectador, ou um ouvinte de uma rádio. Note o que acontece. Coloque-se, por um instante, como algo que está além de você mesmo, e note como seus pensamentos ficam escassos. A sua mente vai parando aos poucos. Os pensamentos ficam espaçados, eles se sentem intimidados com o fato de serem observados. Ficam envergonhados, "quem é esse que nos observa?", ora veja, ESSE É VOCÊ, EM PURA ESSÊNCIA!

VOCÊ NÃO É O QUE VOCÊ PENSA SER. VOCÊ SIMPLESMENTE É!

Toda a realidade existe independe do que você pensar a respeito dela. Não existem tábuas sagradas com as leis naturais de forma a reger as leis mecânicas. O universo não pede permissão a nenhum teórico sagrado das academias e universidades para se comportar tal como ele se comporta. Por conta disso, não faz sentido pensar que a realidade seria alcançada pelos nossos pensamentos, emoções ou sensações (sentidos físicos). É necessário transcender tudo isso e, SIM, o ser humano é capaz de tal! Chame de sexto sentido, chame de intuição, que seja. O fato é que as escolas, as universidades, as academias, a televisão, os filmes, as músicas, e mesmo a cultura e a arte massificada te bombardearam a vida inteira com informações que te obrigaram a desacreditar na sua intuição. Desse modo, trabalharam seriamente para te desvincular de você mesmo. Te obrigando a aceitar uma carapaça inventada, uma representação ilusória sobre quem você realmente é.

E agora vem o momento mais perigoso do texto. Aquele que vai te deixar mais revoltado e inconformado. Óbvio que você vai ficar inconformado, pois vai associar-lo a uma série de outros conceitos e ideias pré-concebidas. Construtos mentais arquitetados e implementados para te desviar automaticamente de qualquer ideia ou pensamento efetivamente libertador:

NÃO EXISTEM VÍTIMAS, NINGUÉM É INOCENTE!


Todos somos, sem exceção, eternamente responsáveis por tudo o que cometemos E por aquilo que cometem conosco. Sim, até mesmo a violência que praticaram contra você, até mesmo nas situações em que você foi lesado, ou que lesaram outra pessoa, todos nós somos responsáveis por isso. Todos nós temos um potencial infinito - adormecido - e capaz de transformar a realidade que nos cerca de forma que outros considerariam assustadora. Muitos indivíduos acessaram esse potencial. O colocaram em prática, e foram notórios lideres comunitários. Humanistas engajados em lutas nobres com repercussões que marcaram a história, ou ainda, ditadores sanguinários eficientes em conduzir massas e manipularem multidões à mãos de ferro. Também existem aqueles chamados de messias, que inspiraram revoluções na forma humana de pensar. O que todos eles têm em comum? Todos nasceram do ventre de alguma mulher, nus, desprovidos de qualquer dote ultra-natural. Indivíduos tão comuns quanto eu e você, mas que diferente da grande maioria, reconhecerem neles mesmos o seu verdadeiro potencial transformador. De tal modo, não admitiram a submissão a valores limitantes. Quer tenham feito o bem ou o mal, atingiram seus objetivos, quer seja integralmente ou parcialmente.

Se a sua vida está mal. Se a sua namorada te largou. Se naquele dia especial, tudo deu errado; reconheça, antes de querer culpar qualquer outro, que o primeiro culpado é você mesmo. Você pode filosofar e questionar esse pensamento rigorosamente, mas com uma percepção ainda muito limitada, você não seria capaz de medir todas implicações que justificariam essa forma de pensar. Pode parece elitista, pode parecer meritocracia, mas é simplesmente por que VOCÊ ainda está preso a esses rótulos e a essas formas limitadas de se conceber outras ideias.

Se as pessoas, ao invés de esperarem que as transformações sociais viesse de cima para baixo. Se ao invés de esperarem que o governo, ou o estado, ou o escambau a quatro, resolvesse os problemas de miséria, fome, violência e buscassem resolver os problemas da própria vida, POR CONTA PRÓPRIA... O mundo conheceria paz e liberdade genuína. Se CADA indivíduo fosse consciente de que a primeira pessoa que se opõem entre ela e os objetivos dela, é de fato, ELA MESMA, teríamos uma revolução por dia.

A VERDADEIRA REVOLUÇÃO COMEÇA DENTRO DE TODOS NÓS!

É muito fácil acusar ao outro. É muito fácil se fechar nos seus conceitos sobre certo e errado e dizer que o problema está sempre no outro. E não, o autor desse texto não comete essa falha, pois por reconhecer os benefícios de entender como ele é o principal responsável pelos próprios sucessos e fracasso, e reconhecer os benefícios dessa forma de pensar, é que ele decidiu escrever esse texto.

Não seja mera vítima das circunstâncias! Tome as rédeas e reconheça que ninguém pode fazer mais por você, do que você mesmo! Pode parece a típica mensagem de livro de auto-ajuda (e muitos desses autores, são pessoas que reconheceram essa verdade), mas se é tão pictórico para você, por que ainda não o pratica? Conhecer não é saber. Sabedoria só se acumula com a experiência. E se tudo o que você sabe só veio por meio da teoria, então você não sabe nada sobre NADA!

"O QUE TEM DE TÃO PERIGOSO SOBRE ESSE TEXTO?"

O fato de quase ninguém colocar essas ideias efetivamente em prática. Elas leem um texto como esse, a título de curiosidade, para depois focarem as atenções dela naquilo que elas foram condicionadas a pensar que é o que realmente importa. Televisão, esporte, trabalho, estudos, ganhar dinheiro... tudo isso, sem a consciência sobre quem você realmente é, e sem a consciência sobre o seu verdadeiro potencial, é tudo futilidade inventada para te manter ocupado e alienado de si mesmo. O que existe de tão perigoso em demonstrar tudo isso? É mostrar que existem pessoas que, há milênios, tiveram acesso a esse conhecimento e optaram por guardar todos esses segredos a sete chaves. De maneira que eles pudesse manter as outras pessoas adormecidas sobre quem elas são e o verdadeiro potencial delas. Desse modo, elas usariam o potencial dos adormecidos para mantê-los escravizados, inertes, absortos em estado de quase constante e absoluta hipnose. Como eu disse antes, quem nasce e vive em condições tão precárias de saúde e inconsciência, toma o falso como natural.
Toda ficção tem base na realidade!

Hoje nós vivemos muito próximo ao ápice desse ciclo escravista. Próximos ao ápice, pois pode piorar. E numa fase extremamente crítica, pois eles habilmente conseguiram criar um mundo onde as pessoas acreditam ser livres, e onde elas acreditam que suas limitações são naturais e até desejadas. Pode parecer teoria da conspiração, mas é muito PIOR do que isso. Pois os conspiracionistas são geralmente pessoas que ficam ainda mais bitoladas e suscetíveis e acreditarem em qualquer coisa que venha com esse rótulo misticista, de denunciar verdades que não podem ser proferidas. Não é a minha intenção aqui.

Minha intenção é fazer um convite, para que busquem se encontrar com vocês mesmos e perceberem a realidade por um angulo diferente. Um angulo sem rótulos, sem preconceitos e sem dogmatismos intelectuais. Pois a minha última questão é:

E SE TUDO O QUE TE ENSINARAM A ADORAR FOSSE FALSO? E SE TUDO O QUE TE ENSINARAM A REPUDIR, PUDESSE TE LIBERTAR REALMENTE?

Caso queiram acompanhar meus textos, pesquisas e notícias, curtam minha página: Gunter Brian

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Marx, o novo Cristo!

ALERTA VERMELHO! 
ALERTA VERMELHO!


Essa publicação, altamente nociva à fragilidade ideológica de determinados indivíduos denominados marxistas, pode ter efeitos colaterais perigosos. Pode incitar a injuria, a difamação, a ampla utilização de falácias e ataques pessoais.

É sobre ele, meus caros, ELE, o controverso, venerado e odiado, cultuado e martirizado, Karl Marx! (palmas - sqn). É, infelizmente, com profunda revolta interior que eu venho escrever essa prosa. Esclareço em primeiro ponto que não tenho qualquer vinculo com a Direita politico-ideológica. Acho que já passou da hora de crescerem e aprenderem que criticar a esquerda não me torna um direitista. Para mim, ambas esquerda e direita são igualmente retrógradas e repugnantes! Mas hoje é a vez do infame mestre-sábio-messias dos esquerdistas queimar nas páginas do meu blog.


Antes de tudo, uma pequena revisão sobre as ideias e teorias do nosso colega em questão. Baseando no estudos da sociologia, que analisa os fatos sociais (sempre generalistas, diga-se de passagem) como objeto absoluto para estudar as diferentes sociedades.

Observou, Marx, que toda expressão cultural, ideológica, religiosa e social das sociedades, têm como referências básica a divisão do trabalho e as relações com os meios de produção. Deste modo, a forma como uma sociedade lida com o trabalho e os meios de serviços ligados à sobrevivência (comida, vestuário, transporte, industria, saneamento, etc) compõe a base por meio da qual toda a sociedade irá se estruturar.

Vale lembrar também, que Marx só considera como trabalho, aquele que é empenhado de maneira física, 'braçal", e que atende a uma demanda dos recursos básicos para a sobrevivência. Dessa forma, ele buscou combater a aparente super-valorização do trabalho intelectual em detrimento do trabalho manual. Mas (e aqui começa a primeira falha) desqualificou completamente o trabalho intelectual como forma de... como forma de TRABALHO.

Até aqui, nada tão mal. Apesar desqualificar o trabalho intelectual como forma de TRABALHO, ele ainda foi muito eficiente em transparecer as relações sociais. A sociologia, quando analisa comportamentos em grupo, é muito eficiente em apresentar eventos de coerção social, onde a Consciência Coletiva (uma entidade ontológica onipresente) oprime a liberdade da Consciência Individual.

Observando o capitalismo em seu surgimento, Marx pode identificar as condições de extrema exploração em que os trabalhadores das fábricas e das industrias viviam. Por meio do conceito de alienação, ele mostrou como a hipotética liberdade de escolher onde trabalhar, não isentava a realidade de que os trabalhadores não tinha acesso aos meios de produção. Ou seja, a independência era hipotética e representativa, e não efetiva. Em outras palavras, se você queria produzir tecidos, ou sapatos, ou qualquer outro produto, os meios de produção eram de absoluto domínio dos donos das fábricas.

Até aqui, nada de tãaao mal, pelo menos para a época. Esqueci-me de mencionar que a teoria marxista é absolutamente materialista e utilitarista. Ou seja, ela assume que o homem nasce uma 'folha em branco' e, portanto, é absoluto produto do ambiente social em que vive. Ou seja, toda a forma de pensar e agir do indivíduo será mero efeito da convivência social, e salvo raaaaros exemplos, ele não conseguirá escapar disso.
Aqui não temos culto à personalidade.. MAGIIIINA!

Agora o bixo começa a pegar! Pois essa premissa está claramente ultrapassada em relação aos estudos da psicologia e biologia moderna. Estudiosos e pesquisadores já constataram (e isso eu deixo para vocês pesquisarem, parem de preguiça) que o ser humano não nasce uma folha em branco e não é um produto absoluto dos meios sociais em que vive. Já que, anula-se assim, toda a capacidade de senso crítico do indivíduo. Anula-se assim, a existência do próprio Marxismo! Anula-se um zilhão de pensadores e cientistas que confrontaram a ideologia vigente no seu período histórico. Se a ordem e os valores vigentes de uma sociedade fossem sempre mecanicamente aceitos e assimilados pelos indivíduos, ainda estaríamos no Regime Feudal! Eu não tolero a negação da subjetividade do indivíduo. É muito fácil analisar uma sociedade sempre por meio de grupos e ser negligente a uma percepção sensível do caráter que as pessoas apresentam individualmente. Pois é individualmente, por meio da racionalidade e evolução pessoal, que nós temos a chance de romper com os paradigmas sociais.

Eu mesmo sou considerado por todos meus amigos exemplo MOR de uma pessoa que contraria e contesta a ordem vigente da sociedade indiscriminadamente. Vide a minha publicação mais polêmica e visitada de todo o blog. Onde, por contestar um comportamento moral-social, eu já sofri represarias de vários tipos e até recebi um tratamento diferenciado, ainda que de forma velada, por isso.

Analisar os seres humanos de modo a sempre encaixa-los em grupos é justamente o que os filósofos gregos já contestavam com as falácias sobre a generalização apressada. Que diz respeito a pressupor-se que um grupo se comporta absolutamente de uma determinada forma, apenas por que a maioria, ou 51% do conjunto apresenta esse comportamento. Como um colega conhecido meu disse certa vez:

"A sociologia é a filosofia aplicada. E a psicologia é a sociologia aplicada."

Ao ignorar as realidades individuais, muito mais complexas do que as realidades grupais, a margem de erro das analises, que ainda parecia pequena, a longo prazo, se tornaram grotescas! Afinal, isenta-se a percepção de que o indivíduo, por deliberada livre e espontânea vontade, pode escolher romper com o comportamento socialmente aceito, ainda que admitindo possíveis represarias por tal. Tais indivíduos, geralmente presam, acima de tudo, pela máxima liberdade individual ante o sistema (e ante, no momento presente, o capitalismo). Mas voltando, eu ainda não comentei sobre a incongruência mais hedionda. O famoso Mais Valia.

Pressupõem-se que os produtos, sejam industrializados, sejam manufaturados, valem exatamente a quantidade de hora-trabalho empregado neles. Talvez, em um contexto onde os trabalhadores eram amplamente explorados, trabalhando de 15 a 16 horas por dia. Talvez, em um ambiente onde trabalhavam crianças mulheres e homens e condições sub-humanas de exploração e falta de saneamento. Talvez, em um contexto onde não haviam leis trabalhistas que protegiam o trabalhador para fazer qualquer reivindicação, esse tipo de conceito se aplicaria. E talvez, nos contextos em que esse cenário é ainda reproduzido, como nas lavouras escravistas denunciadas todos os anos Brasil afora, esse conceito seja empregado.

Mas tome como exemplo simples, o Iphone. O culto à marca, o valor subjetivo empregado ao produto, o valor utilitário prático (ou não) empregado a um produto, têm muito mais peso do que a hora-trabalho empregada para efetivamente produzir-se o produto. Quando atribui-se todo o valor de um produto, como o Iphone, ao trabalho de um funcionário da uma fábrica de montagem, exclui-se o trabalho dos desenvolvedores dos softwares, o trabalho dos designers que tornaram o produto ergonômico e visualmente atraente, o trabalho do marketing que fez as pessoas cultuarem o Iphone de joelhos. Oh, vocês se lembram? Segundo Marx, trabalho intelectual não é trabalho de verdade. Ao que parece, Marx não gosta de mão-de-obra especializada, ele prefere camponeses incultos para lavrar sua ideologia barata.

Poder-se-ia contestar, que o caso do Iphone não se aplica para todos os casos. Mas com certeza se aplica para MUITOS dos casos. Não nego que sim, a mão-de-obra dos trabalhadores ainda é muito explorada, mas cada vez mais surgem oportunidades de emprego para a mão-de-obra especializada, onde o valor do empregado se aproxima cada vez mais do valor que ele realmente tem. Pois agora, com a pluralidade do mercado, as empresas precisam disputar entre elas para atrair os profissionais mais competentes, ao invés de serem os profissionais que brigam por uma vaga na única empresa que tem no mercado. Isso ocorre lentamente no Brasil, mas se aplica amplamente em outros países na Europa.

Basta observar a realidade cercante com mais atenção, e nota-se que a subjetividade que as pessoas atribuem aos produtos parece reger em boa parte do tempo, o valor desses produtos. Sem contar que o mercado competitivo, principalmente na questão da prestação de serviços. As empresas precisam moderar nos preços, senão, perdem consumidores. E se não apresentarem um serviço de qualidade, perdem espaço para o concorrente, ainda que o preço do outro seja maior.

Sem contar com diversas iniciativas de empresas terceirizadas onde todos são sócios e os lucros são repartidos precisamente de acordo com a contribuição de cada empregado. Como Cia's de designers ou desenvolvedores de aplicativos ou jogos. Em muitos casos, são amigos ou colegas de faculdade que decidem abrir o próprio negócio, onde todos trabalham na mesma proporção e os lucros (nesse caso, nem se aplicaria o conceito de lucro) são repartidos na medida que cada qual assume ou se responsabiliza por um ou outro serviço prestado.

A única coisa que rompe com a lógica do mercado competitivo, são a oligarquias e os monopólios velados. Muitas das pequenas empresas estão, de alguma forma, sendo vigiadas e controladas financeiramente nas mãos de outras transnacionais maiores. Nesse ponto, passa-se a adotar uma percepção fiel da realidade, principalmente quando se realizam estudos para mostrar exatamente como essas estruturas de dominação e controle do mercado e das financias existe a nível mundial! É sério! Confira ESSE link.

E agora chegamos a outro ponto interessantíssimo. O conflito de classes. Um molde muito inteligente sobre como a diferença social parece conduzir a um atrito inevitável às relações sociais. Dá-se da seguinte maneira. Existe uma classe intitulada dominadora-exploradora e uma classe dita dominada-explorada. De tal maneira, a classe dominadora, muitas vezes aristocrática, impõe e empurra a classe dominada sempre para baixo, em uma posição e condição sub-humana de vida. A classe dominadora pouco exerce trabalho manual, pois por meio da apropriação dos meios intelectuais, mantém a classe dominada menos esclarecida, e portanto, sem possibilidade de mobilidade social ou ação efetivamente transformadora.
Até quando?

Mas eis que surge uma terceira classe intermediária! Uma classe que ascende da situação de dominação e começa a adquirir poder político e coercivo em relação à classe dominadora. É então que a classe intermediária de une à classe dominada e por meio de uma revolução, derrubam a classe dominadora do poder. Mas sabe o que acontece logo em seguida? (segundo o próprio Marx). A classe intermediária se torna a nova classe dominadora e empurra a classe antes dominada de volta para a situação de dominação.

Tome fôlego, relaxe, descanse, e pare só um minutinho para pensar. Você provavelmente conhece um exemplo histórico muito claro de como isso se aplicou. Revolução Francesa! Sim! O Rei Luís XVI (famoso como Rei Sol) levou a população à miséria, em uma situação em que a grande maioria da população era de camponeses que viviam em estado de fome e miséria durante a crise do governo imperial. Havia a classe intermediária emergente, caracterizada pela burguesia alta e baixa, e a nobreza vivia conectada ao Rei, sempre privilegiada e amparada pela doutrinação ideológica do clero religioso. O que aconteceu? A classe intermediária (burguesia) se juntou com a classe oprimida (camponeses humildes), e derrubou a classe dominadora (nobreza). O que aconteceu em seguida? Um período negro de nove meses de terror, onde mais de 60 cabeças rolavam por dia nas guilhotinas, enfervecidas pela ira popular. Qualquer manifestação potencialmente contrária à revolução era cortada pela raiz!

Mas espere um momento! Não foi justamente essa revolução que, incendiando uma porção de outras revoluções Europa afora, colocou a tão detestada Burguesia no poder? Não foi esse o berço da ideologia Capitalista? Uma revolução, dita iluminista e inspiradora? (Tão pictorialmente representada nos nossos livros de história?) Sim, a própria, aquela que pela guilhotina, desmembrou o corpo do estado da cabeça do governo.

Eu vos pergunto. O que aconteceria se, assim como propõem Marx, a classe dominada, identificada no Marxismo como a ontológica figura mítica do Proletariado, tomasse o poder e se tornasse a classe dominadora? Mas é ÓBVIO que para haver uma classe dominadora, deve haver uma classe dominada! Se o Proletariado se tornasse a classe dominadora, isso implicaria que haveria um "Proletariado Inferior" para ser dominado! E não foi essa a lógica aplicada até hoje por todos as tentativas de se implantar o socialismo? Se o massacre e o amplo assassinato daqueles que discordam da ditadura do proletariado não for consequência direta da ideologia socialista, como explicar os genocídios praticados por Stalin, por Mao-Tse-Tung? Por Che-Guevara e Fidel-Castro? Pode-se afirmar que nenhum deles aplicou o marxismo em sua total fidelidade, mas aqui cabe-se perceber uma clara incongruência entre a suposta teoria e a prática! Ainda não vi, e pode ser meramente fruto da minha ignorância, debates buscando solucionar a notória relatividade moral do socialismo, onde não se busca perceber por quê todos os regimes socialistas foram, sempre, violentos e sanguinários. Talvez seja pelo caráter ditatorial, afinal (e isso tem forte respaldo histórico) TODA ditadura é opressora e sanguinária! Seja ditadura militar ou ditadura do proletariado.

Critica-se o capitalismo por formalizar um padrão normativo para o indivíduo por meio da ideologia e dos valores que mantém o indivíduo alienado. Crítica muito precisa e válida, por sinal. Mas é uma falha reproduzida pelo socialismo, quando ele busca formatar o indivíduo e lapidá-lo à medida justa para se adequar na sociedade socialista a força! Dá-se então a questão da coerção social, onde quem se recusa à doutrinação socialista é eliminado e executado!

A liberdade individual é igualmente reprimida em ambos os regimes, tanto no socialismo quando no capitalismo a liberdade individual é praticamente nula! Enquanto o capitalismo promulga uma falsa liberdade de escolha por meio de privilégios (basta ter dinheiro para ser dono do mundo), o socialismo não admite contestação ideológica, e nem desobediência ao estado.

Enquanto de um lado, no capitalismo o estado, por meio da maquina do governo, está sub-julgado aos interesses capitais. O estado controlador e totalitário (tipicamente fascista) dos regimes socialistas engolem a Consciência Individual por meio da Consciência Coletiva. Dessa forma, inibe-se a possibilidade de racionalização da ação. Pois a racionalidade é uma qualidade inerente ao indivíduo, e não a uma entidade grupal. Enquanto em grupo, é empiricamente comprovável que o ser humano raciocina menos quando assume um comportamento massificado, ele não contesta e se vê livre para agir de determinadas maneiras que não agiria sozinho. Admitindo-se até, cometer violências e atrocidades que não cometeria se não tivesse respaldo e apoio popularmente massificado. Eis que talvez encontra-se uma possível hipótese para explicar por que regimes pautados em uma Super-Consciência Coletiva abririam brechas para justificar atrocidades desumanas.
Cabeça fechada, não entra nada!

E para finalizar, comento algumas das clássicas considerações Marxistas, resumindo o seu conceito de ideologia, e depois, aplicando a própria sociologia marxista para avaliar os esquerdopatas:

Ideologia compõem um conjunto de ideias e valores morais que visão manter o indivíduo preso a uma forma fechada de pensar e distante da realidade, de forma a ocultar as relações de poder e dominação. São características da ideologia:

Abstração: na medida do possível, nunca se refere ao que é concreto, mas ao que parece ser socialmente.

Universalização: As idéias e valores da classe dominante são difundidas como válidas para todas as classes.

Lacuna: há 'vazios' na ideologia, que não podem ser mencionadas, caso contrário, pode colocar a ideologia em exposição que a fragiliza e a torna suscetível ao desequilíbrio e desmistificação.

Inversão: Inverte-se causa por consequência, e consequência no lugar de causa.

Aplicando a sociologia generalizadora, que permite que comportamentos massificados sejam traduzidos como inerentes e presentes em todo um movimento intelecto-cultural, vamos avaliar o comportamento padrão de um esquerdista!

Abstração: Fala-se muito sobre a classe do proletariado, sobre a figura de um empresário capitalista explorador, sobre uma classe dominada e outra dominadora, mas raramente dá-se nomes aos bois. Se existe o proletariado, mostre, exatamente, e não de forma tão abstrata e imprecisa, quem compõem esse proletariado? Quais classes trabalhadores o compõem e qual o critério utilizado para determinar tudo isso? Sem contar que por manter uma visão tão dicotômica, maniqueísta, não se admite uma visão complexa e plural da realidade. Uma visão onde percebe-se um leque de exploradores-explorados difundidos e diluídos na sociedade. Por exemplo, a consideração da figura do "patrão malvado" que detêm os meios de produção, mas ignora-se que ele também depende da força de trabalho dos trabalhadores, de tal forma, que mesmo o empresário empregador não sobrevive sem o empregado! As relações de dependência são mútuas! O empresário também pode ir a falência, caso ele não saiba administrar as financias e perca seus funcionários. Essa visão de "explorado-trabalhador-bonzinho-alma-caridosa" e "explorador-capitalista-malvado-sem-coração" é imprecisa, infantil, e só funciona em contos de fadas!

Universalização: Eu fico curioso em perceber a comemoração dos esquerdistas ao constatarem que a classe E e D está emergindo para a classe C e B, e com isso, estão tendo a possibilidade de OSTENTAR produtos que antes só os ricos tinham acesso. É estranho, pois eu pensava que o socialismo presava exatamente pelo contrário do consumismo, por meio da admissão de que é necessário se sustentar apenas com o básico, e privar-se de luxos de ostentações. Mas agora, só por que pobre pode comprar "Ai-pêde", isso é sinal de progresso ou avanço? Só por que os que antes eram menos favorecidos podem cultuar roupas de grife, isso é progresso dentro do próprio ideal socialista? Agora eu entendo por que a Dilma e o Lula só andavam de jatinho milionário e só se hospedam em hotéis hiper-luxuosos. A parte essencialmente social, sobre a crítica à ostentação consumista-capitalista, vai para o ralo quando esses esquerdopatas chegam ao poder. Talvez por isso a Heloísa Helena se desvinculou do PT quando Lula alcançou o poder, e foi fundar o PSOL.

Penso eu, é necessário reconhecer que, a priori, os problemas sociais não advém do fato de alguns terem mais e outros menos, mas por muitas pessoas não terem o suficiente. Dificilmente perceber-se-ia problemas de convívio social entre uma criança de família de classe média alta, onde a criança é bem alimentada, tem vídeo-game e televisão em casa, em relação a uma criança de classe alta, onde o pai tem casa de praia em Fernando de Noronha. A problematização da ideia de "uns tem menos, outros têm mais" talvez seja fruto da ganância, inveja, soberba e vaidade humana, que mesmo quando têm suas necessidades básicas satisfeitas não consegue deixar de invejar e almejar ter o que o outro têm, e dessa forma, aceita agir por meio da violência como forma de exercício de dominação e poder. Se fosse a necessidade e a carência EXCLUSIVAS motivações para o roubo, por exemplo, por que tantos políticos milionários AINDA se preocupariam em roubar os cofres públicos? A teoria de que a falha da moralidade humana reside exclusivamente no sistema, está cada vez mais insustentável. Passa, em grande parte das vezes, por uma questão ética, e não simplesmente social. Afinal, as diferenças sociais só diminuem, mas a criminalidade só aumenta!
"Liberdade de expressão já!!"..."Não aceito ser questionado!!"

Lacunas: Eu preciso mesmo apontar mais lacunas nessa ideologia? Ao que parece, tudo se resume a não permitir que as pessoas questionem o marxismo, que já se tornou um meio de dogmatismo intelectual. Coloca-se Marx em um pedestal que não pode ser nunca maculado, pois, senão, é questão de ofensa pessoal! Isso faz parte de um outro aspecto especial da ideologia, que é a identificação emocional com essa forma de pensar. Quando o indivíduo se deixa dirigir pela emoção de raiva, angustia, repulsa, violência e rebeldia des-referenciada, ele se torna irracional e suscetível a defender ideias que não entende ou não conhece integralmente.

Inversão: Confunde-se, algumas vezes (ou muitas vezes) o Capitalismo como fonte de TODO mal. Mas esquece-se que os males e as dificuldades de convívio humano, a desigualdade, a violência, a intolerância, o preconceito e principalmente o machismo, existiam MUITO tempo antes do Capitalismo. E nenhum desses problemas foi dissolvido por nenhum regime socialista. Portanto, é uma questão mais sobre como melhorar o ser humano, do que sobre mudar o regime vigente. Tendo isso em vista, o capitalismo é o AUGE da exploração do homem pelo homem, é produto de séculos de evolução de um sistema escravista e dominador. E essas situações de exploração não surgiram com o capitalismo, mas se estabeleceram mais firmemente nele! O capitalismo é consequência da ganância humana e não causador da mesma.

Pode ser uma analise bruta. Com certeza não é o texto mais rigoroso que eu já tenha escrito, principalmente por que eu admiti uma postura radical, o que não e do meu feitio. Mas eu assumi o caráter e o personagem necessário para criticar sem escrúpulos, uma corrente ideológica que me incomoda há tempos! Como sempre digo, não me defino como Anarquista, pois seria contraditório ser Anarquista e admitir até mesmo o rótulo de Anarquista. Mas é bem como eu pareço ser mesmo. Eu sou tão "anti-capitalista" quanto "anti-socialista" ou "anti-comunista". Não adianta vir me xingar de coxinha, olavete, nem nada parecido.

Para esclarecimentos maiores sobre por que o Marxismo é tangível a críticas e falível, eu sugiro a leitura de dois pensadores. Mikhail Bakunin e Pierre-Joseph Proudhon. Leiam, e tirem suas própria conclusões. Não se limitem pelas minhas palavras aqui, e nem pensem que os meus argumentos se encerram aqui. Eu poderia escrever outro texto só sobre o assunto. Mas eu preferi aproveitar que estava há muito tempo sem escrever, e presenteei o blog com um texto que vale por 5 ou mais! Boa noite, até mais!