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Eu tó vendo essa zueira ai, fera! |
CONSCIÊNCIA COLETIVA < VS > CONSCIÊNCIA INDIVIDUAL:
A racionalidade e o senso crítico são qualidades que só podem ser atribuídas ao indivíduo, nunca ao coletivo. A coletividade massificada é sempre irracional. O çeRUmano, ao assumir comportamentos por conta da coerção social, ou seja, quando ele se torna um mero reprodutor de comportamentos transmitidos e reproduzidos por um grupo, ele não é muito mais inteligente que uma pedra que cai do barranco por ser isso o que todas as pedras fazem.
Cito aqui, a revolução francesa enquanto exemplo clássico de uma massa que fez algo que não entendia. Historiadores comprovam que a Revolução Francesa aconteceu de modo tal, que 99% de seus participantes foram simplesmente "aderindo" a uma agitação cujos fundamentos desconheciam e acabaram provocando uma revolução cega, colocando mais tarde no poder a tão detestada (pelos progressistas) burguesia.
A Consciência Coletiva tem o objetivo de automatizar o comportamento humano. Macaco vê, macaco imita. O Behevionismo materialista resume o homem a produto absoluto das relações sociais e às influências ambientais. Mas e a capacidade de questionar e criticar os modelos vigentes? Essas, estão ausentes no campo da sociologia clássica, e eu já escrevi uma dúzia de vezes aqui no blog as minhas críticas quanto a esse modelo filosófico.
Não basta transformar o ambiente de forma mecânica, nem mesmo buscar criar autômatos eficientes nas "lutas sociais". Caso alguém queira brigar por direitos, a melhor solução é se manter ausente de grupos e mais presente em ações.
Ninguém tem necessidade de se taxar como pertencente a um grupo x ou y, para contribuir com alguma causa. Você não precisa se intitular "defensor dos animais", você só precisa trabalhar de forma efetiva nesse sentido. Essa militância de facebook, que ilude as pessoas fazendo elas pensarem que só por elas militarem na internet elas estão contribuindo para combater o machismo, ou qualquer outra porcaria do tipo, está servindo, muitas vezes, como um tiro pela culatra.
Assim como os conspiracionistas que passam 10 horas por dia assistindo vídeos de mensagens subliminares e palestras do David Ike com intenção de se manterem à prova de alienação e manipulação; pertencer a um grupo ativista pode ser a PIOR escolha de quem quer, efetivamente, defender uma causa ou ideal.
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A PSEUDO-GUERRA INTELECTUAL:
Quando tudo se resume a concordar ou discordar integralmente de uma corrente filosófica. Quando discordâncias intelectuais são brechas para - ou sinônimos de - ofensas pessoais, a racionalidade se faz ausente, o debate livre vira bagunça.
Quando tudo acaba se resumindo a rivalidades de grupos, acontece como se observa no comportamento entre a esquerda e a direita política. Não existe mais dialogo, existe troca de insultos e gritos exaltados de inconformidade e indignação. A posição contrária é sempre repugnante ou fascista. Os direitistas chamam os esquerdistas de fascistas, e vice versa. Quem está certo? Provavelmente os dois, ou melhor, nenhum dos dois!
Quando você se rotula como pertencente a um grupo, ocorrem duas coisas:
1. Todos aqueles com quem você conversar sobre referido assunto, vão presumir um conjunto de valores e ideias que vêm acompanhados na opinião público sobre o rótulo referido. Ou seja, se eu me considerar um feminista, anarquista, esquerdista, as pessoas vão pressupor que eu defendo toda e qualquer ideia divulgada em nome dessas correntes filosóficas.
2. Você passará a adequar seu corpo ideológico para se ajustar cada vez mais à ideias que presumidamente pertencem àquela corrente ideológica. Se você se considera um liberal, vai se sentir, inconscientemente, forçado a aceitar todas as ideias consideradas liberais.
A partir do momento em que você entrega o seu senso crítico na mão de um GRUPO, você gradualmente se aliena da sua capacidade de criticar as ideias daquele grupo de forma racional. Quando você passa a se conectar com as ideias de forma emocional, você está sujeito a entrar em contradições e inconsistências lógicas, perdendo território intelectual nas discussões e debates.
Quando você vincula a sua causa a um grupo composto por um número consideravelmente grande de pessoas, você corre o risco de ter sua causa prejudicada por conta de atitudes particularizadas. Basta um qualquer cometer atrocidades ou falar asneiras em nome da SUA causa e, SIM, isso prejudica a sua causa, pois afasta outras pessoas da mesma. Não é a toa que o feminismo foi tão vulgarizado e é alvo de tanta chacota e preconceito intelectual. Quem critica o movimento feminista, tem respaldo nas ações de grupos como o FEMEM. Quem critica a causa LGBTT, encontra respaldo na atitude de grupos extremistas. SIM, tudo isso PREJUDICA SIM!
É UMA QUESTÃO DE LOOBY!
Quanto vale uma ideia? Qual é o preço de se promover uma revolução? Alguns querem pegar em armas, outros gostam dos holofotes na hora H, outros preferem chocar a sociedade com suas atitudes escandalosas. Mas qual é a efetividade dessas ações?
É uma questão de conscientização e não uma situação de guerrilha. Xingar um ou outro comentarista internauta de machista, é uma clara demonstração - não apenas de infantilidade - de inconsistência e desconhecimento de causa. Quem realmente entende o que é o machismo e o feminismo, se isenta desse tipo de atitude, pois na prática entende que:
1. Em uma sociedade machista, todos somos machistas;
2. Rotular o outro da machista não contribui em nada, trazer argumentos de forma clara e coesa, tem mais chance de fazer o sujeito cair na real, gradualmente, do que colocar ele em posição de confronto pessoal;
Nenhuma (e eu me permito a generalização aqui) pessoa muda de opinião com um dedo apontado na cara dizendo que ela está errada e ponto final. Se vocês querem combater o preconceito contra a mulher, contra a diversidade de gêneros, contra a diversidade de comportamentos sexuais, contra os afrodescendentes, contra o escambau a quatro, você precisam entender que é uma questão EDUCACIONAL. Sejam mais didáticos e menos pedantes!
Vídeo exemplificando uma crítica racional à uma atitude ativista que na prática só prejudica à causa:
Eu sei que a sua vontade é de agarrar as pessoas na rua e forçar elas a mudarem de opinião para concordarem com seus ideais. Mas entenda, se você precisa impor a sua forma de pensar no grito de na força, a suas ideias não devem ser tão boas. O papel de impressionar e sensibilizar as pessoas de forma visceral, sensível, ou mesmo truculenta, pertence à ARTE.
Sim, você, artista, tem esse papel. Você, chargista, desenhista, músico, pintor, escultor, escritor, cineasta, grafiteiro, dançarino... SIM, o papel de representar os conflitos sociais, o papel de sensibilizar e causar burburinho, é dos artistas. Principalmente a Contra-Arte e a Contra-Cultura, desempenharam e ainda desempenham esse papel fundamental. A verdadeira educação continuada, na cidadania, se dá por meio da arte/cultura. Portanto, se queremos transformar, gradualmente, a mentalidade de uma sociedade, precisamos investir em cultura de protesto, cultura de inconformidade. Rock, Punk e Metal já foram (ou ainda são) gêneros ícones dessa luta travada por meio da cultura, não vamos deixar eles morrerem!
De resto, é preciso ter paciência. Muita paciência. Entenda que, você mesmo, provavelmente precisou de anos para gradualmente transformar a sua forma de pensar para defender as ideias que defende hoje. E então deve entender que existam outras pessoas que estão em situação em que, ao invés do seu ódio e fúria e aversão, elas precisam da sua paciência para aos poucos elucida-la.
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Quem foi que você chamou de quatro olhos? |
E OS BLACK BLOC'S?!
Não são um grupo, não têm representantes oficiais, não têm líderes, não têm hierarquia. O black bloc não tem integrantes, não tem uma pauta estrita de exigências. O Black Bloc é um conceito, uma ideia, uma tática de protesto. É uma forma de defender a população da violência e truculência da polícia (principalmente a PM) nos protestos. O Black Bloc não é um objeto, mas um evento.
O black block não existe, ele tão simplesmente ocorre durante os protestos. Vândalos? Depende do referencial. Eu prefiro considerar as táticas do black block como ações efetivas. Protestar é uma forma eficaz e legítima de se inferir na realidade de forma transformadora.
O Black Bloc, enquanto evento, se caracteriza como um coletivo de individualidades. Conscientes dos ideais que suportam, eles aceitam assumir um caráter coletivo para adquirir força e coesão. Um homem de preto em frente à multidão, é tão simplesmente um homem de preto em frente à multidão. Uma multidão de preto, disposta a confrontar a polícia e defender a população da truculência policial, é o Black Bloc.
A intenção é clara, a ação é coesa e consciente. Uma vez reunidos em torno de ideias que cada participante do evento assimilou de forma individual e racional, a prática se faz de forma massificada (agregadora, coesa, fortalecida). Ao contrário do que ocorre quando indivíduos assumem comportamentos individualizados por terem assimilado valores massificados.
Concordo em gênero numero e Grau, com exceção da parte do bloco preto,
ResponderExcluira partir do momento que tem um nome e passa uma imagem ao publico, ele se torna um referencial, e acaba se tornando um grupo, é possivel ver facilmente vagando por ai os autodenominados black block. Já já tem até bandeira, se já não tem.